Fábio Marques
Sou marxista de coração. Sou adepto da filosofia de Karl Marx que enxerga o ser humano como um objetivo e não como um objeto. No entanto, apesar de Karl Marx continuar presente nos meus conceitos de justiça, respeito e aceito todas as opiniões contrárias. O problema é que nos atalhos da vida, aqui e acolá aparecem “donos da verdade” que possuem uma aptidão para prejulgar assuntos às vezes sem nenhuma análise contextual da história ou uma filtragem das notícias que alardeiam e que lhes são passadas através de meios de enganação que os intoxicam com matérias massivas de louvores a bens de consumo como método e projeto de vida numa total inversão de valores.
Estes tipos de sujeitos nunca aceitam a opinião contrária, estão sempre dispostos a atropelar ideias adversas, não são capazes de pedirem desculpas e muito menos admitir que erraram. São pessoas que nunca cometem atos falhos, estão sempre dizendo que ganharam uma discussão e mantêm-se sempre em altos cacifes consigo mesmas. Ah, estes chamados donos da verdade também precisam de aplausos para se sentirem seguros.
Todo mundo acerta e todo mundo também comete “cagadas” na vida. Numa vida amarga e sofrida como a que se tem vivido, é fato cotidiano observar pessoas que, a fim de esconder suas angústias, começam a se revestir com rótulos que mascaram suas imagens reais, mas que atendem ao processo infernal que exige as aparências do “Status quo”. Existe gente, por exemplo, que dão gorjetas nos bares com o objetivo único de conquistar o respeito do garçom e não por considerar o ser humano que ali está lhe prestando um serviço. Hoje em dia, como as pessoas não conseguem mais ser e muito menos ter, o importante é parecer. Embora a autoestima destas pessoas esteja na despenca ladeira abaixo, estão sempre posando de “bacanas” como se tudo tivesse correndo na mais perfeita ordem.
Os donos da verdade são aqueles que mais entendem de política, economia, negócios, meio ambiente, saúde, culinária, viagens. Os donos da verdade costumam embasar suas opiniões em leituras apressadas de revistas semanais cujos prefácios procuram ocultar ou proteger suas fraquezas intelectuais. Nada contra tais compêndios que também pincelo filtrando de vez em quando. O problema é que estes opúsculos maioria das vezes, ao invés de informar, procuram incutir através da indução de distorções, assuntos que interessam somente ao Deus Mercado bancado pelas multinacionais que estão pagando pelo “Tá escrito”.