Por Fábio Marques
Hoje todos sabemos que nossa cidade está vivendo dias amargos de penúria
e abandono em todos os aspectos. A educação, a saúde, a limpeza urbana,
os serviços essenciais, a qualidade de vida, tudo isto está em dívida
com a população. Guajará-Mirim hoje é uma cidade que vive de nostalgias e
de lembranças perdidas nas memórias da saudade.
Minhas raízes com
esta cidade são profundas. Respiro suas avenidas, revivo seus momentos,
relembro sua história, ascensão e abismo, uma história de gente de
coragem, de firmeza e de confiança na batalha que iniciaram. Possuo
vínculos com esta cidade que hoje capenga aos trancos e barrancos. Nada
muda, nada melhora de 20 anos para cá. E quando digo melhorar, me refiro
à criação de empregos, melhores escolas, melhores condições de vida,
melhor saúde pública.
Avenidas esburacadas, desemprego, escolas em
péssimo estado, violência em alta em todos os bairros, falta de
perspectivas, saúde em estado de coma e com dezenas de funcionários que,
por estresse, depressão e pela total falta de condições de trabalho,
estão de braços cruzados. Assim se pode traduzir a antes aclamada
“Cidade Pérola” de hoje em dia.
Riquezas naturais não nos faltam. O
que está faltando é vontade política para realizar um “pool” de esforços
conjuntos em prol do resgate do progresso da Guajará que um dia já foi
um eldorado, mas que hoje se assemelha mais à uma cidade fantasma. O
problema está em que fazer cobranças e exigir decisões aos responsáveis
pela administração da cidade, hoje entregue ao “Deus-Dará”, é acreditar
em milagres.
De nossos incentivos fiscais se aproveitam as cidades
da Rodovia 364, cujas empresas enricam a cada dia deixando para a gente
somente a poeira da miséria. Nossas avenidas são destruídas todos os
dias pelos caminhões que transportam produtos, carimbam suas faturas e
em seguida retornam para suas matrizes, sem pagarem um centavo para o
conserto das vias que utilizam.
Tal situação não pode continuar
assim. É preciso que ocorram mudanças neste estado de coisas. É preciso
acordar a população para a reflexão sobre o nosso momento político,
sobre a nossa cidade e sobre a cidadania. É preciso despertar a
população para a percepção do potencial que as pessoas possuem nas
decisões políticas da cidade.
Embora ainda poucos saibam, a
população possui elementos para fiscalizar, denunciar e até destituir
políticos e gestores tranqueiras, medíocres e inúteis para a prática de
políticas sociais em prol da população, se for o caso.
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Contrários à uma portaria da Secretaria de Educação da cidade que
praticamente obrigava os professores municipais a taparem “buracos” na
rede de ensino a afim de suprirem as necessidades setoriais através de
jornada ampliada, tirando assim o tempo livre constante nos estatutos
para estudos, pesquisa e reciclagem, a classe docente do município se
reuniu na Câmara de Leis de Guajará-Mirim na manhã da última
quinta-feira com vereadores. Representação da Semed e da classe
sindical.
Na ocasião, a titular da pasta de Educação, Roseli
Furtado disse entender que as organizações sindicais batalhem pelos
interesses da categoria, mas por outro lado, a responsabilidade com o
ensino dos alunos, deveria vir em primeiro lugar.
Após acaloradas discussões, tanto Semed como a classe sindical e docente, chegaram a um acordo oportuno.
Coluna Almanaque - GUAJARÁ, A CIDADE PÉROLA
Por Fábio Marques
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junho 03, 2016
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