Por Fábio Marques
Todas as manhãs quando caminho em direção ao trabalho atento meu
olhar para o semblante das pessoas. Reparo se estão tristes, pensativas,
fechadas, alegres. Gosto de olhar estas expressões. São retratos que
formam cenários do cotidiano da vida na fronteira Brasil-Bolívia.
Na estrada política da cidade há mais de trinta anos, acredito que
possuo um mínimo de bagagem para opinar sobre a política e a cidade. E
quem ama a política como arte de construção da sociedade e bom convívio
entre os seres humanos, reconhece que este cidadão que vos está
teclando, continua amando a cidade de Guajará-Mirim, apesar dos
atropelos políticos passados e recentes.
Apesar das porradas da
vida, continuo otimista pela vontade de escrever, de sempre dizer a
verdade, de acreditar que a cidade tem jeito e de apostar no futuro de
Guajará-Mirim. Minha revolta é contra aqueles cuja profissão é estar
sempre mamando nas tetas do poder público através de “carguinhos” para
cupinchas e parentes. Minha revolta é contra a miséria causada pelo
roubo do dinheiro público que deveria se investir em educação, saúde e
serviços básicos na cidade. Minha revolta e contra aqueles que em época
de eleição, acabam comprando o voto dos pobres coitados que tiveram seu
dinheiro roubado pelos larápios da coisa pública.
Todas as
pessoas tem precisões e necessidades. São humanas. Precisam de trabalho,
de por comida em casa, ter água tratada para beber, cozinhar, tomar,
banho, precisam de esgoto, precisam de escolas, precisam de saúde
pública, precisam se locomover, precisam de avenidas em bom estado de
conservação, de cidade limpa, de moradia, praças, lazer, cultura,
precisam ser felizes. O que tem causado revolta e indignação na
população é que nos últimos quatro anos, a administração petista em
Guajará-Mirim não conseguiu realizar nem o básico. A cidade está uma
buraqueira só.
Pior é que a letargia e a falta de comando da
administração, de forma inconsciente, acaba passando maus contágios para
a população. A ignorância parece tomar conta de bairros e logradouros.
Ao mesmo tempo em que o matagal e a sujeira vão tomando conta das ruas e
calçadas, é de dar revolta assistir gente que aproveita o embalo para
depredar e enfear ainda mais a cidade jogando latas e resíduos plásticos
nas avenidas. Estas pessoas entopem os bueiros da cidade e depois vem
reclamar das doenças e epidemias.
Para acabar ainda mais, vem a
questão do turbilhão político-eleitoral que ora estão passando alguns
candidatos com chances potenciais de galgarem a cadeira de prefeito nas
eleições de 2016. Enquanto ignorantes comemoram a eventual saída de um
destes candidatos (que por sinal, é quem possui maiores qualidades,
metié e preparo político), crentes que acharam a salvação da cidade
através de um impostor, Guajará-Mirim como um todo está perdendo mais
uma vez a chance de resgatar a ciclagem do progresso.
Estamos
vivendo uma realidade muito perigosa para a cidade. Estamos parados no
tempo há mais de 20 anos. A cidade está crescendo. A população aumenta.
Por outro lado não temos indústrias para a geração de empregos.
Resultado: a pobreza vai ganhando terreno e a violência se espalha por
todos os bairros.
Mas ainda assim mantenho a esperança de ver a
minha cidade crescer e desenvolver criando empregos e gerando qualidade
de vida para todos os cidadãos.