Em Guajará-Mirim, a escola Simon Bolívar terá Ensino Médio Integral |
“Considero positiva na Medida Provisória a ampliação da carga
horária. O objetivo é a permanência do aluno e o sucesso na
aprendizagem. Muito positivo o foco em componentes básicos, como
português e matemática. A questão de incentivar o protagonismo do aluno,
uma vez que ele vai buscar itinerários formativos que dizem respeito à
sua aptidão, também é valiosa”, afirmou a diretora-geral de Educação da
Secretaria de Estado da Educação (Seduc), Angélica Ayres.
A Seduc conta, para a implementação do programa, com a assessoria do
Instituto de Corresponsabilidade pela Educação (ICE), de Pernambuco, que
já atuou com metodologia de adoção do ensino integral em São Paulo,
Ceará, Piauí, Sergipe, Goiás, Espirito Santo, Maranhão, Paraíba e
Pernambuco, que têm o melhor Indicador da Educação Básica (Ideb) do
País.
O programa, que exige o atendimento mínimo a 2.800 alunos no primeiro
ano de implantação, conforme a Portaria 1.145 do MEC, será iniciado em
Rondônia nas escolas Brasília (Porto Velho), Heitor Villa Lobos
(Ariquemes), Marechal Cordeiro de Farias (Pimenta Bueno), Alejando Vague
Mayor (Ji-Paraná), Josino Brito (Cacoal), Juscelino Kubistchek (Alta
Floresta), Candido Portinari (Rolim de Moura), Capitão Silvio de Farias
(Jaru), Simon Bolívar (Guajará-Mirim) e 7 de Setembro (Espigão do
Oeste).
Segundo a gerente de Educação Básica da Seduc, Elcilene Ribas, o
Ministério da Educação ofereceu a orientação sobre a escolha das
escolas. “Entre outros critérios, tem de ter laboratório, e pelo menos
12 salas de aula”, observou.
Elcilene disse que em dezembro um engenheiro do ICE percorreu os
municípios, com apoio e acompanhamento de profissionais das
Coordenadorias Regionais de Educação (CREs), para verificar as condições
dos estabelecimentos.
Remetidas as informações ao MEC, mediante planilha dos itens de
estrutura física necessária encontrada em cada escola, a Secretaria da
Educação Básica aprovou o plano da Seduc. “As escolas que não tiverem
adequação completa, como refeitório, irão receber recursos para que isso
seja providenciado”, ressaltou a gerente.
Pela portaria, a carga horária curricular deverá contar com no mínimo
2.250 minutos semanais, com no mínimo 300 minutos de língua portuguesa,
outros 300 minutos para matemática e 500 para atividades de componente
curricular flexível.
Elcilene Ribas explicou que da jornada de 9h30 na escola, o estudante
terá o total de 7h30 de aulas, divididas em nove aulas de 50 minutos,
com 40 minutos de intervalo (20 pela manhã e outros 20 à tarde) e 1h20
para o almoço, na própria escola.
“Colocar o jovem como um ser em evidência, que se sinta parte do
processo de mudança, que pode interferir na aprendizagem, que pode fazer
escolhas, é um marco na MP”, disse a gerente. “O jovem quer participar,
interagir”, acrescentou.
Segundo ela, o custo por aluno na implantação do programa é de R$ 2
mil, investimento feito pelo Ministério da Educação mediante o Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Angélica Ayres acredita que as críticas à MP 746, que flexibiliza
componentes curriculares, oferecendo oportunidade para a comunidade
escolar decidir o que é mais viável a sua realidade, foram manifestações
decorrentes da falta de conhecimento da proposta.
“Sem a compreensão necessária muitas vezes se faz um julgamento
inconsistente. Toda proposta precisa ser compreendida. Nós, da
Secretaria de Estado da Educação, temos enfrentado essa situação”,
ponderou, lembrando a adoção do Ensino Médio com Mediação Tecnológica
como uma das iniciativas que sofreram resistência, e hoje recebe
elogios.
A professora Angélica Ayres disse ainda que o governo federal
desafiou as secretarias estaduais da Educação porque o contexto exige
isso. “Temos resultados ruins em todo o País. Os alunos estão
desmotivados, os jovens de 15 a 17 anos estão abandonado a escola de
maneira assustadora. Sempre digo que se algo não está bem temos de
buscar um modelo alternativo; o contexto exige novos caminhos”,
ressaltou.
O novo modelo, segundo ela, teve influência de outros aplicados em
países, como o Canadá e Finlândia. “O governo federal fez estudos e
buscou as melhores experiências para adotar no Brasil”, destacou.
Atendendo ainda às orientações da portaria ministerial, a Seduc
nomeou uma equipe para cuidar da implantação do Programa de Fomento às
Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral. A coordenação geral é de
Tamara Kasper, subgerente de Educação Integral; a coordenação pedagógica
a cargo de Adriana Nobre, da Subgerência de Educação Integral; Samantha
Moreira, da área de Infraestrutura; e Elisângela Araújo, da área de
Gestão.
Fonte: Secom - Governo/RO.