Em 2014, Guajará-Mirim sofreu com uma cheia histórica que não ocorria desde a época de 1980 |
A Agência Fluvial da Marinha descartou a possibilidade de haver uma
nova cheia do Rio Mamoré em Guajará-Mirim (RO), município localizado na
fronteira com a Bolívia a cerca de 330 quilômetros de Porto Velho. Segundo o
órgão, o nível atual das águas é medido diariamente e está em 7,70 metros em
média, o que não representa riscos, principalmente para os moradores de
comunidades ribeirinhas e comerciantes.
Ainda de acordo com a Marinha, o período natural de cheia do rio
ocorre de abril a novembro. Entretanto, em 2015 e 2016, não houve excessos
durante as medições da régua fluviométrica. O período de vazante acontece de
novembro a abril, quando as águas começam a baixar e retroceder. A agência
fluvial de Guajará-Mirim é responsável pelo monitoramento dos Rios Mamoré,
Guaporé, Pacaás Novos e Madeira.
Em outubro do ano passado, o Mamoré apresentou seu nível mais baixo nos
últimos dez anos, quando chegou a estar com 5,50 metros, representando riscos
de acidentes para as embarcações, devido aos bancos de areia e pedras que
surgiram ao longo do rio.
Cheia histórica de 2014
Em 2014, a cidade foi afetada diretamente durante aproximadamente
cinco meses com uma cheia histórica que não ocorria desde a década de 1980.
Desde então o órgão faz o monitoramento diário e medições com a régua
fluviométrica, que informa em tempo real sobre o nível da água.
Na ocasião, o nível da água chegou a estar em 14,44 metros acima do
normal (registrado pela Marinha em abril de 2014) e deixou mais de 500 famílias
desabrigadas, além de prejudicar o comércio e deixar vários trabalhadores
desempregados.
O município chegou a ficar isolado do restante do país quando a BR
Engenheiro Isaac Bennesby, que antes era chamada de 425, ficou alagada em
vários pontos, impossibilitando o tráfego de veículos. Apenas embarcações e
transportes aéreos conseguiam passar pelos trechos mais críticos.
Além dos riscos de doenças à população, a enchente influenciou também
nos preços de alimentos e produtos de consumo básico como água mineral, óleo e
gás de cozinha, que sofreram reajustes nos preços de mais de 50% do valor de
mercado.
Desde a época da enchente, a Marinha intensificou a conferência da
régua que mede o nível e a profundidade da água. De acordo com a instituição,
até hoje não é possível identificar com precisão o que causou o fenômeno,
embora alguns fatores sejam estudados e apontados como possíveis causas, como o
derretimento das cordilheiras na Bolívia e o aquecimento global.
Fonte: G1.