RO não tem política para produção de hortifrutigranjeiros

A principal demanda pelos produtos que vem de fora estão ligadas as grandes redes de supermercados, porque a produção de hortifrutigranjeiros em Rondônia atende pouco mais de 30% do consumo interno, abastecendo apenas as quitandas e feiras livres nos bairros.
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O Mamoré
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Levantamento apresentado pela Secretaria de Fazenda (Sefin) por solicitação da Federação de Agricultura e Pecuária de Rondônia (Faperon) revela um gasto anual de R$ 150 milhões na aquisição de milhares de caixas de verduras, legumes e frutas oriundos de outros Estados. Segundo Hélio Dias, presidente da Faperon são milhares de toneladas que chegam mensalmente da Ceagesp em Curitiba, Vale do Ribeira (SP) e Cruz das Almas, na Bahia.
A principal demanda pelos produtos que vem de fora estão ligadas as grandes redes de supermercados, porque a produção de hortifrutigranjeiros em Rondônia atende pouco mais de 30% do consumo interno, abastecendo apenas as quitandas e feiras livres nos bairros. A proposta de Hélio Dias, através da Faperon, é formar uma ampla parceria com o Sebrae, Emater, Seagri e Banco da Amazônia para produzir com regularidade e qualidade para abastecer o mercado interno.
A ideia a ser materializada, num projeto que pode ser viabilizado sem altos custos é de criar polos de produção e centros de distribuição ao longo da BR 364, “com a bandeira da polarização dos produtos hortigranjeiros cultivados em Rondônia”, frisa Hélio Dias. São pequenos investimentos para organizar a produção e comercialização de maneira transparente.
Reconhecendo que falta uma política estadual e municipal organizando o setor de hortifrutigranjeiros, Hélio Dias, entende que o melhor caminho é convocar todas as grandes redes de supermercados e distribuidores para uma conversa aberta. Essa é uma forma de gerar renda no campo e nos municípios, a maioria deles está quebrada, criando empregos e tributos, com mais dinheiro circulando no mercado interno.

Estufas e tecnologia em sistema moderno
Pelo sistema de hidropônia para produção de legumes e hortaliças, conhecido e difundido em outras regiões do País pelas tecnologias simplificadas e pelos resultados positivos que apresenta, aliás, em Porto Velho já existem alguns pequenos produtores rurais adotando este modelo, que gera alimentos sem agrotóxicos.
O presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) Francisco de Sá Mendes, informou que a instituição está à disposição e colocará técnicos para participar do projeto colaborando, inclusive na montagem das estufas e instalação na canalização para irrigar as hortaliças e legumes. A direção do Banco da Amazônia frisou que tem recursos para investir em projetos voltados para modernizar a agricultura familiar. Evandro Padovani, secretário de Agricultura que está de férias, assegurou por telefone que a proposta é interessante e que o governo do Estado vai participar colocando técnicos na elaboração do projeto.
De acordo com Hélio Dias, o Sebrae Rondônia demonstrou interesse em participar do projeto por entender que a curto e médio prazo, adotando curso para orientar os pequenos agricultores melhorando a produtividade e qualidade dos hortifrutigranjeiros que começam despertar interesses, não só de feirantes e quitandas, mas que podem gerar resultados significativos para a economia do Estado.

Zoneamento agrícola facilitará a produção
Rondônia tem clima bom, solos férteis, mão de obra qualificada e se encontra numa condição dependente pela ausência de políticas públicas dos municípios e do Estado para a produção de hortifrutigranjeiros. Hélio Dias acentua que o zoneamento agrícola identificando as regiões adequadas à produção de legumes e hortaliças profissionalizando os pequenos agricultores, vai mudar para melhor, inclusive a qualidade dos produtos disponibilizados na mesa do consumidor.
Ele formou um grupo de trabalho com o objetivo de construir uma proposta para implantação de um projeto de hortifrutigranjeiros em Rondônia, visando reduzir em 50% a demanda do consumo vindo de outros Estados. Incentivar nos municípios como de Alto Alegre dos Parecis que produz tomate e repolho, Rolim de Moura, cenoura, beterraba, Porto Velho, couve, alface e cheiro verde pelo sistema de hidropônia, Guajará-Mirim, abacaxi, Cacoal batata, abóbora e assim sucessivamente.
Em cada município com vocação para produzir determinado produto montar um polo de 50 a 60 produtores organizados com produção tecnicamente orientada como existe em outros Estados, não tem como dar errado. No município de Vilhena, existem mais de três mil pequenos agricultores produzindo de tudo um pouco, de mel a ovos de codorna.
Se abrir competitividade com produtos de fora, o consumidor não tem com o que se preocupar a oferta regula os preços.

Rondônia não tem problemas climáticos que poderia apresentar complicações na produção e preços, porém esse é um fator altamente favorável ao consumidor.

Fonte: Diário da Amazônia.
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