O evento
deu-se por ocasião da visita, hoje, do presidente boliviano, Evo
Morales, ao Brasil. Após reunião de trabalho dos dois presidente no
Palácio do Planalto, a presidenta Dilma Rousseff ressaltou a importância
das iniciativas bilaterais na área de energia: “O Brasil estimula e
apoia o objetivo anunciado pelo presidente Evo de transformar a Bolívia
em centro energético internacional”.
Eduardo Braga destacou possibilidades de integração energética tanto na
área de gás como na de energia elétrica. Um dos pontos da agenda de
trabalho é a proposta de um cronograma para permitir que a Usina
Hidrelétrica Jirau passe a operar em uma cota constante de 90 metros
(acima do nível do mar). Hoje, esse nível de água só é atingido nos
períodos de cheia do rio Madeira. Se o reservatório passar a operar com
um nível mais alto por mais tempo, haverá um aumento na quantidade de
energia elétrica gerada pela usina ao longo do ano, beneficiando os dois
países.
Brasil e Bolívia concordam
em realizar estudos de pré-viabilidade e de viabilidade para o projeto
hidrelétrico binacional do Rio Madeira e de Cachuela Esperanza. Ficou
acertado ainda que a Bolívia realizará estudos de viabilidade para duas
hidrelétricas nacionais, Rio Beni (Bala) e Rio Grande (Rositas), que, se
concretizadas, poderiam receber participação do Brasil e vender energia
para os brasileiros. A exportação de energia elétrica boliviana também
poderá se dar a partir de termelétricas a gás natural que o país estuda
construir. No mesmo sentido, serão estudadas normas para a importação de
energia elétrica da Bolívia pelo Brasil, de longo prazo, em regime
ininterrompível.
Outros pontos em
debate são a renovação do acordo de fornecimento de gás para a Gasbol, a
partir de 2019, e as tratativas entre a Petrobras e a empresa boliviana
YPFB para atuação conjunta na área petroquímica, em Três Lagoas (MS) e
na Bolívia.
O ministro boliviano
informou que está em negociação com a empresa proprietária da UTE Mário
Covas para associação e garantia de fornecimento de gás. A atuação
conjunta entre a brasileira Eletrobras e a boliviana ENDE em
aproveitamentos hidroelétricos binacionais também será detalhada na
agenda de trabalho.
Acordo
No dia 31 de março, em Santa Cruz, na Bolívia, acontecerá a II Reunião
do Comitê Técnico Brasil-Bolívia. Na ocasião os grupos de trabalho
detalharão cada ponto que integra a agenda de trabalho. O ultimo
encontro foi realizado no dia 28 de janeiro, também em Santa Cruz e
contou com a participação dos secretários de Planejamento e
Desenvolvimento Energético de Minas e Energia, Altino Ventura, e de
Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis, Marco Antônio Almeida.
Brasil e Bolívia
Em julho do ano passado, durante visita do presidente boliviano Evo
Morales ao Brasil, os ministros Eduardo Braga e Luis Alberto Sánchez
assinaram termo para criação do Comitê Técnico Binacional. O Comitê
permite examinar possibilidades conjuntas nas áreas de interconexão
elétrica, infraestrutura energética e aproveitamento de recursos
hídricos, e conta com um representante titular e um suplente brasileiro e
boliviano. Também estão representadas no Comitê a Eletrobras e da ENDE,
sua contraparte boliviana; e representantes dos ministérios de Relações
Exteriores dos dois países.
Fonte: Assessoria