Centro de reabilitação de Guajará inaugurado em 2016 não funciona

"Foi uma inauguração falsa", diz secretário de saúde.
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O Mamoré
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Inaugurado há mais de um mês, o prédio do Centro de Psicomotricidade do Posto de Saúde Carlos Chagas de Guajará-Mirim (RO), a 330 quilômetros de Porto Velho, nunca iniciou os atendimentos e nem recebeu nenhum móvel ou equipamento para atender a demanda de pacientes. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Semsau), há irregularidades na obra, o processo licitatório para compra dos equipamentos não foi feito e não existe previsão para que o serviço de reabilitação e fisioterapia funcione na unidade.
O orçamento inicial previa que o prédio custaria R$ 300 mil com recursos do Ministério da Saúde, mas após os aditivos o valor subia para aproximadamente R$ 500 mil. Os tratamentos na unidade já deveriam estar sendo oferecidos há pelo menos cinco anos, pois a construção iniciou em 2012 e era para ter sido entregue em um prazo máximo de 120 dias, mas o período não foi cumprido.
Em 2013 a obra foi alvo de investigações da Polícia Federal (PF) e da Controladoria Geral da União (CGU); dezenas de pessoas foram presas por suspeita de fraudes em licitações. Em 2015, a Semsau informou que a obra e as adequações no prédio seriam feitas até o final do ano, mas na época o projeto não saiu do papel. Os trabalhos se arrastaram até o final de 2016, quando a prefeitura fez uma cerimônia para inaugurar e entregar o prédio “pronto” no último dia 29 de dezembro. 
Durante uma entrevista na manhã desta terça-feira (31), o atual secretário municipal de saúde, Adanildson Sicsú, disse que a inauguração não deveria ter acontecido porque o prédio não tinha condições de funcionamento. Ele declarou que há muitas irregularidades, uma delas está na piscina térmica que serviria para reabilitação e hidroterapia de pacientes, que está com um vazamento e pode colocar em risco toda a estrutura do local, devido a possíveis infiltrações.
“Foi uma inauguração falsa. Constatamos que essa piscina foi construída fora dos padrões exigidos pelo Ministério da Saúde e apresenta um vazamento, o que é muito preocupante. Além disso, há outras irregularidades e algumas coisas que não foram incluídas no projeto inicial como a instalação de ar-condicionado nas salas e a compra dos móveis e equipamentos que não foram licitadas pela administração anterior”, declarou o servidor. 
Sicsú disse também que no último dia 16 a Semsau enviou um ofício solicitando da Secretaria Municipal de Planejamento (Sempla) uma reavaliação técnica dos engenheiros para que novas adequações fossem acrescentadas no projeto.
“Solicitamos uma vistoria técnica da Sempla. Tão logo esses engenheiros liberem essa obra, estaremos providenciando a compra dos equipamentos necessários”, finalizou.
Segundo a Sempla, a previsão é que uma nova vistoria seja feita no prédio até o final da próxima semana, ainda sem data estipulada. Ainda de acordo com a Semsau, o prédio tem alas para consultórios de psicologia, fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, copa, banheiros e uma piscina térmica para tratamento de pacientes com deficiências físicas e necessidades especiais.
Enquanto o prédio não está disponível para atender a demanda, os atendimentos são feitos em uma sala improvisada no Posto de Saúde Carlos Chagas, localizado ao lado da unidade, no Bairro Almirante Tamandaré. Os profissionais que irão trabalhar nos atendimentos aos pacientes são da equipe de fisioterapeutas lotados no município.

Fonte: G1.

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