O orçamento inicial previa que o prédio custaria R$ 300 mil com
recursos do Ministério da Saúde, mas após os aditivos o valor subia para
aproximadamente R$ 500 mil. Os tratamentos na unidade já deveriam estar
sendo oferecidos há pelo menos cinco anos, pois a construção iniciou em
2012 e era para ter sido entregue em um prazo máximo de 120 dias, mas o
período não foi cumprido.
Em 2013 a obra foi alvo de investigações da Polícia Federal (PF) e da
Controladoria Geral da União (CGU); dezenas de pessoas foram presas por
suspeita de fraudes em licitações. Em 2015, a Semsau informou que a obra e as adequações no prédio seriam feitas até o final do ano,
mas na época o projeto não saiu do papel. Os trabalhos se arrastaram até
o final de 2016, quando a prefeitura fez uma cerimônia para inaugurar e
entregar o prédio “pronto” no último dia 29 de dezembro.
Durante uma entrevista na manhã desta
terça-feira (31), o atual secretário municipal de saúde, Adanildson
Sicsú, disse que a inauguração não deveria ter acontecido porque o
prédio não tinha condições de funcionamento. Ele declarou que há muitas
irregularidades, uma delas está na piscina térmica que serviria para
reabilitação e hidroterapia de pacientes, que está com um vazamento e
pode colocar em risco toda a estrutura do local, devido a possíveis
infiltrações.
“Foi uma inauguração falsa. Constatamos que essa piscina foi construída
fora dos padrões exigidos pelo Ministério da Saúde e apresenta um
vazamento, o que é muito preocupante. Além disso, há outras
irregularidades e algumas coisas que não foram incluídas no projeto
inicial como a instalação de ar-condicionado nas salas e a compra dos
móveis e equipamentos que não foram licitadas pela administração
anterior”, declarou o servidor.
Sicsú disse também que no último dia 16 a Semsau enviou um ofício
solicitando da Secretaria Municipal de Planejamento (Sempla) uma
reavaliação técnica dos engenheiros para que novas adequações fossem
acrescentadas no projeto.
“Solicitamos uma vistoria técnica da Sempla. Tão logo esses engenheiros
liberem essa obra, estaremos providenciando a compra dos equipamentos
necessários”, finalizou.
Segundo a Sempla, a previsão é que uma nova vistoria seja feita no
prédio até o final da próxima semana, ainda sem data estipulada. Ainda
de acordo com a Semsau, o prédio tem alas para consultórios de
psicologia, fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, copa,
banheiros e uma piscina térmica para tratamento de pacientes com
deficiências físicas e necessidades especiais.
Enquanto o prédio não está disponível para atender a demanda, os
atendimentos são feitos em uma sala improvisada no Posto de Saúde Carlos
Chagas, localizado ao lado da unidade, no Bairro Almirante Tamandaré.
Os profissionais que irão trabalhar nos atendimentos aos pacientes são
da equipe de fisioterapeutas lotados no município.
Fonte: G1.