Com a presença de autoridades políticas, judiciais, policiais, órgãos da imprensa de fronteira e de estratos sociais que vem sofrendo com a cada vez mais crescente onda de roubos e assaltos que assusta a parcela de bem da população e afronta os poderes públicos, aconteceu na manhã de sexta-feira (10), uma Audiência Popular na Câmara Municipal com o intuito de debater a questão do aumento da violência em Guajará-Mirim e procurar fórmulas e soluções para estancar esta moléstia que assola e aflige a todos os cidadãos que habitam a antes serena e pacata Cidade Pérola.
A pedido da classe de moto-taxistas, a Audiência da Câmara teve a frente o Vereador Augustinho Figueiredo, que conduziu os trabalhos e contou com a participação do Promotor de Justiça Eider Mendonça, do Coordenador Regional de Policiamento, Coronel PM Luiz Almeida, do chefe do Grupamento Especial de operações de Fronteira (Gesfron), Coronel PM, Luiz Gianert, do Delegado de Policia Civil, Doutor Milton Santana, do subtenente do Corpo de Bombeiros, Salvador Junior, do Diretor do Departamento de Fronteira do Estado do Beni, na Bolívia, Doutor Christian Garcia, do vice-prefeito Davino Serrath e do prefeito Cícero Noronha.
Poucas pessoas participaram da audiência |
Ao se utilizar da palavra, o delegado de Polícia Milton Santana, realçou que a questão da Segurança Pública é muito complexa e não está ligada somente aos órgãos de repressão policial, uma vez que abrange outras esferas como as forças Armadas, Corpo de bombeiros, Receita Federal. Polícia Federal, Anvisa, Detran, a própria Imprensa e também Prefeitura. “De nada adianta a Polícia Civil e a Polícia Militar estar nas ruas todos os dias 24 horas, quando não há mudanças nas leis ou quando ainda a cidade é precária, não tem iluminação pública e está tomada pelo matagal”, disse na ocasião.
Durante sua fala, o representante do Ministério Público, Promotor de Justiça Eider José Mendonça das Neves, esclareceu que a Segurança Pública é muito mais do que Polícia Militar na rua realizando patrulhamento ostensivo e a Polícia Civil investigando os crimes, mas inclui o Ministério Público promovendo as ações penais, o Judiciário julgando, não apenas condenando, o Legislativo discutindo e aprovando políticas públicas em áreas fundamentais como da Infância e Juventude, Educação, Saúde e o Executivo implementando tais políticas. Além disso os empresários locais oferecendo oportunidades de estágio para jovens e emprego para egressos do sistema penitenciário, sem esquecer da própria comunidade relatando corretamente os crimes ocorridos, evitando a comunicação falsa, o chamado “trote”. Ao final, o Promotor apresentou algumas estatísticas da Promotoria criminal, como a quantidade de ações penais propostas e o número de pessoas denunciadas, bem como, o número de audiências criminais e sessões do júri realizadas nos anos de 2015, 2016 e até novembro de 2017, informando ainda de duas ações civis públicas propostas recentemente, sendo uma na área da segurança pública, pleiteando o aumento de efetivo da Polícia Civil, fazendo, por último, uma analogia da Segurança Pública com enxugar o chão molhado com a torneira aberta, sendo necessário fechar a torneira primeiro e isso compreende, entre outros, investir em educação.
Em sua exposição, o Coordenador de Policiamento Regional, Coronel Luiz Almeida, apresentou uma sequência de slides onde através de gráficos técnicos, comparou números, índices e estatísticas a respeito dos autos de infração e ocorrências efetuadas pela Polícia Militar nos últimos anos. Disse entender que a falta de efetivo físico nos quartéis da Polícia Militar é um problema nos dias de hoje, mas que até meados de 2018 será atenuado em virtude da formação 300 novos policiais que entrarão para as forças de combate. Relatou ainda que a estrutura de suporte para operações da PM hoje está mais equipada com tecnologias e aparatos modernos.
Com início às 09: 30 horas da manhã, a Audiência Pública que discutiu os problemas da violência em Guajará-Mirim terminou por volta de 13 horas e também foi oportuna para que a plateia presente pudesse manifestar seus reclames e exigir melhorias no sistema público de Segurança.
Fonte: O MAMORÉ