Por Fábio Marques
Antes de tudo é preciso deixar claro que a distribuição
de “gentilezas” em forma de achincalhes à Câmara Municipal por parte do
Governador Ivo Cassol, só vem mostrar ao distinto público a postura, a
conduta, a soberba e o abuso no uso do direito do qual este insigne
senhor que a tapas e patadas hoje comanda o Estado de Rondônia é
sectário. Todo mundo sabe que não é com palavrório, bazófias, ameaças e
rancores que se aumenta o nível de vida da população e sim com ações e
atitudes concretas e muito trabalho.
O fato é que
causou espécie na população ordeira e pacata de Guajará-Mirim a maneira
rasteira, vulgar, arrogante, típica do coronel que quer impor
goela-abaixo seu pensamento pequenês à um povo que ele acha sub-julgado.
Antes tinha que antever o coronel de cabresto que o povo de
Guajará-Mirim, ao contrário do povaréu da BR, é mais aculturado, mais
esclarecido, mais cordato, mais digno, mais honesto e menos “peão” que
esse pessoal sem alma, pátria e consciência política que empestou nosso
Estado a partir dos anos 80.
“Ah, mas se não fosse a
gente, o Estado não teria o progresso que tem hoje”. Pois que fique este
povaréu com seu progresso de origem suspeita, com seus festivais
country, festas de peão, corridas de jericos, com suas botas e
cinturões, duplas breganejas e o escambau. Guajará-Mirim e Porto Velho
diferem e muito do resto do resto por ter um povo de mais tradição,
cultura, história, lastro literário e bom gosto musical. E neste caráter
restrito não queremos a ingerência do resto do resto.
Segundo o Aurélio, ignorância pode ser falta de cultura, conhecimento ou
instrução sobre determinado assunto ou ainda crenças em falsidades. Mas
pode ser também de forma não coloquial, uma forma rude de tratar as
pessoas ou coisas. O ignorante às vezes estabelece critérios que
desclassificam o conceito alheio em prol da sua total falta de
conhecimento. É costume do ignorante estabelecer idéias falsas sobre si
mesmo e o mundo que o cerca de forma errônea e que findam por desagradar
as pessoas que o rodeiam, menos aqueles que o bajulam. Também é típico
do ignorante partir pro insulto pessoal quando lhe faltam argumentos.
Mas não é por isso que o coronel cowboy deva se sentir
culpado pelas sucessivas faltas de ventos lúcidos jamais terem lhe
soprado alguma vez na vida. Tudo o que ele é hoje é produto do DNA que
lhe foi imposto através dos tempos pelos seus ancestrais e estão
impregnados em seu psiquê. Dá para reverter esta situação. Todo esse
atavismo político e social podem ser diluídos com algum esforço com o
passar do tempo pela maturidade. Todo mundo possui olhos, embora alguns
se recusem a enxergar.
Talvez quando da próxima vez que
este ferrabrás vier a trazer mais embasamento político, filosófico e
científico para a mesa de discussão, quem sabe suas críticas possam vir a
ter mais validade do que uma mera opinião pessoal, o que com toda
certeza irá agregar mais conhecimento a todos nós, cidadãos
guajaramirenses que amamos o debate público. Por enquanto, independente
de suas falácias ao vento e outras insolências, tudo o que dissestes até
aqui, pouco ou nada se pôde aproveitar.
*Da seleção Melhores Crônicas do autor
Apoio cultural:
Coluna Almanaque - A IGNORÂNCIA EM ESTADO BRUTO*
Por Fábio Marques
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novembro 24, 2017
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