Por Fábio Marques
A Câmara municipal realizou na
última sexta-feira uma Audiência Pública com o intuito de discutir sob
todos os ângulos a questão da violência que incide cada vez mais
causando uma sensação de impotência na população. Hoje todos estão à
mercê da violência através de roubos e assaltos, em alguns casos até
seguidos de morte. A violência ameaça a população, afronta nossos
valores e está causando incômodo. Se não causasse incômodo, não haveria
motivos para a realização desta Audiência Pública.
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Alguma coisa efetiva precisa ser feita por parte dos poderes públicos. A
violência precisa ser travada. É preciso implantar e fazer respeitar o
Estado de Direito. Um estado através do qual as vantagens de se viver em
sociedade tenham garantias mínimas para que os cidadãos de bem possam
desfrutar desta possibilidade. Para que isso ocorra é preciso vontade
política. Senão é como colocar apenas um band-aid num problema que nunca
vai estancar.
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A questão da violência é um assunto
muito polêmico e envolve as dores sociais mais profundas. Diante de
alguns fatos vistos, é preciso analisar a coisa por todos os enfoques
possíveis. É preciso atender os anseios de uma lei que seja cumprida com
todos os seus rigores. Por outro lado também é preciso preservar os
direitos humanos. É preciso políticas públicas que ajeitem esta situação
de forma urgente. Mas de que maneira? O ideal seria conciliar os
direitos humanos com a eficiência policial.
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Aspas
para o brilhante discurso do promotor de Justiça Eider Mendonça na
Audiência Pública: “Segurança Pública é muito mais que Polícia Militar
na rua fazendo patrulhas ostensivas e a Polícia Civil fazendo
investigação, mas inclui o Ministério Público promovendo ações penais, o
Judiciário julgando, o Legislativo discutindo e fazendo aprovar
políticas públicas em áreas fundamentais como Infância e juventude,
Educação, Saúde e o Executivo implementando tais políticas. Além disso,
também envolve o empresariado oferecendo empregos e estágios para jovens
egressos do sistema prisional dando-lhes oportunidades de
ressocialização”.
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É sabido que uma cidade precária
como Guajará-Mirim, onde as calçadas estão tomadas pelo matagal e os
bairros estão quase que todos às escuras, é prato cheio para que os
meliantes cometam seus delitos. Uma cidade com um bom aparato de
iluminação pública e limpeza traz melhorias para a qualidade de vida e
facilita sobretudo a questão da segurança.
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Um dos cenários para a
formação de “gangueiros” que hoje infestam a cidade, são os terrenos
baldios, sem iluminação, às vezes sem via de acesso para veículos,
meninos e meninas bebendo e se drogando. O que é possível fazer? Qual a
solução para esta situação? Solução de imediato para estes jovens é
impossível, não há dúvidas. Mas a prefeitura poderia apostar na limpeza e
iluminação destas áreas, abrindo áreas de acesso com cultura, lazer,
festas, gincanas, esportes.
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Hoje estes meninos, ao
contrário de nossa época, não querem mais vender picolés nas ruas nem
engraxar nossos sapatos. Eles querem o que nossos filhos querem.
Internet, mídia, tecnologia, interação, esportes. A questão é dialogar
com eles e oferecer a possibilidade de emprego e capacitação em áreas
que mobilizem seus desejos e fantasias.
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Já que não
podemos oferecer vantagens materiais, emprego, renda, temos que oferecer
a valorização dos espaços ociosos como política pública a fim de que
estes jovens exerçam suas virtudes potenciais através da cultura e
esportes.
Apoio cultural:
Coluna Almanaque - SOBRE A QUESTÃO DA VIOLÊNCIA
Por Fábio Marques
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novembro 13, 2017
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