As inscrições iniciaram no dia 9 de outubro para 2.438 vagas do Processo Seletivo Unificado 2018/1 (PSU). As vagas são para os três níveis de ensino (Integrado ao Ensino Médio, Subsequente e Graduação), distribuídas em 30 cursos para os nove campi da instituição, nos municípios de Ariquemes, Cacoal, Colorado do Oeste, Jaru, Ji-Paraná, Guajará-Mirim, Porto Velho e Vilhena. As inscrições serão realizadas exclusivamente on-line, no período de 09/10 a 27/11, no site do IFRO. O resultado final será divulgado no dia 20 de dezembro, e as matrículas dos aprovados iniciam no dia 8 de janeiro de 2018. Previsão de início das aulas: 05/02/2018.
Novos cursos
A Coordenadora da Comissão Permanente de Exames, Carla Coêlho, destaca o novo curso a ser ofertado no Campus
Guajará-Mirim , o Técnico em Informática Integrado ao EJA (Educação de
Jovens e Adultos), que tem como público pessoas com mais de 18 anos sem o
ensino médio. “É um curso antigo o de EJA, mas numa modalidade nova.
Uma oportunidade para concluir o ensino médio e sair qualificado para o
mercado de trabalho. Ainda mais num turno pensado para quem trabalha e
tem família, que é o turno noturno”.
O
Pró-Reitor de Ensino, Moisés José Rosa Souza, afirma que o IFRO,
enquanto “instituição pública, e que atua na dimensão educacional,
cresce a cada ano com o propósito de ofertar à comunidade educação de
qualidade por meio da manutenção de cursos existentes e implantação de
outros”. Sobre as seis novas possibilidades de formação que os
candidatos têm à disposição nesta seleção, o professor Moisés mostra que
são cursos demandados pela sociedade: “quando a Instituição implanta um
curso, é porque já houve pesquisa na comunidade que informa o que há de
necessidade. O IFRO atua, fortemente, nas dimensões do ensino, pesquisa
e extensão e, apesar de ser uma instituição nova, já se destaca no
cenário regional e nacional”.
Atualmente,
o Instituto Federal de Rondônia oferta 128 cursos, com quase 16 mil
estudantes nas modalidades presencial e a distância. Contando com mais
de 1,1 mil servidores, sendo 611 docentes.
Já em andamento
“Neste ano de 2017, o IFRO implantou no Campus Vilhena o curso de Arquitetura e Urbanismo; Engenharia e Controle de Automação e Tecnologia em Rede de Computadores, no Campus
Porto Velho Calama; em Guajará-Mirim iniciaram os cursos de
Licenciatura em Ciências e Técnico em Biotecnologia; já o curso de
Zootecnia passou a ser ofertado nos campi Colorado e Cacoal”,
explica Moisés Rosa. Os iniciados em 2017 também representaram um
desafio de crescimento ao Instituto Federal de Rondônia. Em 2016, o
IFRO contava com mais de 11 mil estudantes matriculados, com seu leque
de ensino abrangendo educação profissional técnica de nível médio,
cursos superiores de tecnologia, licenciaturas, bacharelados, além dos
programas de pós-graduação lato e stricto sensu, cursos de extensão e
cursos de formação inicial e continuada. “Destaca-se, enfim, que o
compromisso dos gestores do IFRO é trabalhar, incessantemente, para que
as pessoas, sobretudo, as mais vulneráveis, tenham uma educação que as
transporte para uma dimensão social digna, em que seus direitos de
cidadãos sejam, de fato, regra e não exceção”, avalia o
pró-reitor.
As
metas institucionais constam no Plano de Desenvolvimento Institucional
(PDI 2014-2018) e no Plano Nacional de Educação 2014-2024, com o IFRO
abrindo possibilidades aos candidatos rondonienses de acesso à educação
pública profissional e tecnológica nos diversos níveis (médio e
superior) e modalidades (presencial e EaD).
O
estudante de Guajará-Mirim, Álvaro Victor de Oliveira Aguiar, de 17
anos, conseguiu uma das vinte vagas destinadas da Engenharia de Controle
e Automação no PSU anterior. Este foi o curso superior mais concorrido
de 2017, com 67,90 candidatos por vaga e total de 1.358 inscritos. Na
área de estudo do curso estão reunidos conhecimentos em mecânica,
eletroeletrônica, informática e controle, uma formação multidisciplinar
que permite ao profissional atuar em setores tecnológicos e científicos
característicos da profissão, tais como atividades industriais nas áreas
de eletrônica, computação, biotecnologia, controle, instrumentação,
entre outras.
Álvaro
conta que sempre foi aluno de escolas públicas e mesmo antes da
inauguração do Campus Guajará-Mirim alimentava o sonho de um dia estudar
no IFRO. A primeira oportunidade apareceu em 2015, quando ele ainda era
estudante da EEEFM Alkindar Brasil de Arouca, numa área de seu
interesse, que era informática. Então, pôde cursar os 18 meses do
Técnico Concomitante ao Ensino Médio Presencial em Manutenção e Suporte
em Informática. O bom desempenho na escola normal e no contraturno
escolar o fizeram participar de pesquisa junto ao Observatório do IFRO e
ter participação em eventos com a apresentação de artigos e banners,
por exemplo. No mês de janeiro de 2017, período de matrícula para o
curso do IFRO, Álvaro estava concluindo as 200 horas de estágio
curricular. “Em Guajará muita gente anda de bicicleta, e quando eu
passava pela obra do campus do IFRO, ficava sempre na expectativa.
Quando entrou em funcionamento, eu pesquisando no site descobri que
teria o edital. Agora com a graduação, no Campus Calama, espero
além de me qualificar para o mercado de trabalho, eu procuro conseguir o
máximo de apoio da instituição. Pretendo fazer várias coisas que não
fiz durante o concomitante, ter novas experiências, para quando me
formar conseguir arranjar um bom emprego. Para mim, o Instituto Federal é
uma oportunidade que todos, se quiserem, podem conseguir”.
Tainá Sousa, 17 anos, há quatro anos deixou os pais em Ji-Paraná para morar com parentes em Vilhena e cursar o Ensino Médio no Campus do
IFRO. A experiência foi boa e ela pretendia continuar no Instituto. “A
escolha por fazer Arquitetura não vem de agora, era algo que queria
desde que morava em Ji-Paraná e tinha interesse em ingressar na área de
construção civil. Eu sabia desse curso de Edificações aqui e por isso me
mudei”. Com a conclusão do Curso Técnico em Edificações, Integrado ao
Ensino Médio, ela se inscreveu e conseguiu vaga no curso superior de
Arquitetura. “Eu já havia escolhido Arquitetura para fazer, tanto que
estava planejando ir morar em Mato Grosso. Eu achei maravilhoso, não
precisar sair de minha cidade, vou continuar, porque já estou estudando
mesmo no IFRO”. A estudante diz que outra vantagem no ensino
verticalizado ofertado pelo IFRO é a possibilidade de continuar no local
onde já se conhece os professores.
Para
a Arquiteta e Urbanista Ariane Zambon Miranda de fato há uma vantagem
para o aluno que já é do Instituto continuar seus estudos na chamada
verticalização dos itinerários de formação entre os diferentes cursos da
educação profissional e tecnológica, isso contribui para a
singularidade do desenho curricular nas ofertas educativas,
especialmente quando se avalia o conhecimento que possui das normativas e
do ritmo de aprendizado. A professora do Campus Vilhena ainda
evidencia o contexto rondoniense, que é relativamente novo e é possível
contribuir urbanisticamente para já se desenvolver com projetos que
prezem pela beleza e funcionalidade, diferente de cidades centenárias em
que o arquiteto teria mais dificuldade em interferir urbanisticamente
para fazer correções. “Daqui a cinco anos vamos formar os primeiros
profissionais e vamos precisar deles não só aqui em Vilhena, mas no
Estado todo e nas cidades do Mato Grosso. Este é o único curso de
Arquitetura ofertado em instituição pública aqui, a formar para toda
Rondônia e região”. E não só especificamente na construção civil, mas é
um bacharelado versátil, em que se pode trabalhar com desenvolvimento de
projetos, paisagismo, iluminação, design de interiores, patrimônio
histórico e pesquisas.
Em
Guajará-Mirim, a inovação de 2017 veio pelo Curso Técnico em
Biotecnologia, que formará profissionais para auxiliar e executar
atividades laboratoriais e industriais, nelas incluído o controle de
qualidade, relacionadas à biotecnologia animal e vegetal. A vocação da
unidade situada em faixa de fronteira está no eixo tecnológico de
ambiente e saúde e com o novo curso deve-se trabalhar na área de
fármacos e cosméticos, “Guajará é o segundo município em extensão
territorial de Rondônia, só que 93,77% é área de proteção permanente,
APP, ou seja, não pode derrubar uma árvore. Então, para trabalhar numa
região que não posso desmatar, não tem vocação agrícola, o forte é o
comércio exterior que se vive de exportação e importação, não há como
produzir nada nesse meio”, explica o Diretor-Geral docampus, Vagner Schoaba.
Dos
laboratórios montados para Biotecnologia futuramente poderão ser
formados, por exemplo, biomédicos e farmacêuticos bioquímicos. Em
breve, devem passar a ser ofertados os Cursos Técnico de Análises
Clínicas e Informática, os dois na modalidade subsequente ao Ensino
Médio. Para escolha da atuação do campus e quais cursos fariam parte de
seu leque de ofertas, foram feitas pesquisas que verificaram
expectativas da população, comércio e a vocação dos municípios. Uma
dessas pesquisas, PAER (Pesquisa de Atividade Econômica Regional), em
2015, apontou para as regiões de Guajará, Guayaramerin e Nova Mamoré em
primeiro lugar o turismo como uma das áreas a serem adotadas no campus,
mas esse é um ramo econômico dependente de investimentos da iniciativa
privada, mais que do setor público (que é responsável especialmente pela
infraestrutura, como estradas e aeroportos).
“Nós
visualizamos em saúde a possibilidade, porque é um mercado que nunca
está saturado. Com uma área de preservação muito grande, tem reservas
extrativistas com famílias morando. Guajará-Mirim é o maior produtor de
castanha do Sul da Amazônia e a castanha é toda vendida in natura para a
Bolívia”, diz Schoaba. A castanha pode ser transformada em diversos
produtos ligados à área de fármacos. Pela verticalização do curso
Técnico em Biotecnologia veio a Licenciatura em Ciências iniciada este
ano, que após quatro semestres o acadêmico escolhe qual habilitação
seguir: Química ou Biologia.
Implantado em 2016
Para a implantação do Curso Superior de Tecnologia em Agronegócio do Campus
Cacoal, que iniciou a primeira turma em 2016, o projeto levou em conta
possuir um currículo flexível em meio à mutabilidade das cadeias
produtivas e ainda a empregabilidade aos egressos para atender às
demandas do mercado local. Os profissionais do agronegócio formados pelo
IFRO terão a habilidade para gerir, assessorar, monitorar e avaliar os
assuntos relacionados ao agronegócio.
A Professora de Administração do Campus
Cacoal, Saiane Barros de Souza, acompanhou a primeira turma do Curso
Superior em Tecnologia em Agronegócio nos dois semestres de 2016. Ela
explica que a aplicação de técnicas de gestão é o foco do curso para o
desenvolvimento de pequenas, médias e grandes propriedades rurais, nas
quais Rondônia ainda necessita de novos profissionais com visão para
transformar a realidade do setor do agronegócio que é muito abrangente.
“A perspectiva aqui é excelente, os alunos são muito engajados e querem
que esse curso tenha uma repercussão de reconhecimento da valorização
desse profissional. Eles querem ir a frente, desenvolver projetos para a
comunidade e empresários. Foram aprovados vários alunos egressos do
cursos técnicos em Agropecuária e Agroecologia do próprio IFRO, filhos
de produtores rurais de café, apicultores, pecuaristas, e inclusive
alunos que vieram de Rondolândia no Mato Grosso”. Saiane ainda destaca
que foram realizadas visitas técnicas buscando aproximar os acadêmicos
da realidade que irão atuar, conseguindo aumentar o interesse em buscar o
máximo de conhecimento em administração para suporte de consultoria
rural.
Fonte: Assessoria IFRO