O Seminário contou com a participação de extrativistas e representantes de entidades |
Objetivando meios de sobrevivência que possam orientar os
extrativistas que nasceram e vivem na Reserva Extrativista Rio Ouro Preto
(Resex Rio Ouro Preto), situada na Zona Rural do município, foi realizado Seminário
na manhã desta sexta-feira, 01, abordando os temas Manejo Florestal de Base
Comunitária e Manejo de jacarés. O evento foi coordenado pela gestão do Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), no Plenário da Câmara
Municipal. A coordenadora regional do ICMBio, Simone Nogueira dos Santos,
esteve participando do seminário.
Em meados de setembro, o vereador Augustinho Figueiredo
(PDT) propôs uma audiência pública para discutir as necessidades dos
extrativistas da Resex do Rio Ouro Preto, tendo a participação de
representantes de entidades e moradores. Os moradores e representantes
solicitaram a disponibilidade de um profissional que repassasse conhecimentos
de manejo e meios que pudessem possibilitar sobreviver com recursos da região.
O gestor da Resex, Albino Batista Gomes, tomou a frente e concretizou a
reivindicação dos extrativistas, com a realização do Seminário durante toda a
manhã.
A Resex do Rio Outro Preto tem 204.631,55 hectares, com diploma
legal de criação Decreto nº 99.166 de 13 de março de 1990, está localizada nos
municípios de Guajará-Mirim e Nova Mamoré/ RO e integra o maior bloco de área
protegida do Estado. A partir de Guajará-Mirim, chega-se à Reserva pelos rios
Mamoré e Ouro Preto ou por estrada, através de um ramal de 40 km que leva até o
“Lago do Pompeu” às margens do rio Ouro Preto, possui vasta riqueza natural e
objetivando meios de sobrevivência o Seminário abordou dois temas: Manejo
Florestal de Base Comunitária e Manejo de crocodilos (jacarés). Carlos Eduardo
abordou o assunto manejo, onde os participantes puderem tirar dúvidas e obter
sugestões. O segundo tema sobre o manejo de jacaré foi relatado pelo analista ambiental
do ICMBio, Cristiano Andrey Souza do Vale, lotado a 10 anos na Reserva
Extrativista do Lago do Cuniã. Apontando como uma das cadeias de valor do Lago
Cuniã, em Porto Velho/RO, o projeto existe a 14 anos, passo a passo do
funcionamento do projeto foi o tema da palestra do analista, que não descartou
a possibilidade de implantar o manejo do jacaré Açu na região do Rio Ouro
Preto, porém após pesquisa, análise, normas a serem seguidas e enfatizou que é
preciso ter a organização comunitária.
Para a coordenadora regional do ICMBio, Nogueira dos Santos,
foi satisfatório a realização do evento, onde foi apresentado conhecimentos e
esclarecimentos aos extrativistas e representantes, como licenciamento, as
diversas fases do manejo comunitário.
Ademir Melo Uchôa, representante da Organização dos
Seringueiros de Rondônia, disse que o evento foi um clamor da comunidade e
atendido pelos idealizadores. “A nossa esperança é muito grande!”, salientou ao
se referir ao almejo da comunidade da reserva em trabalhar legalmente com meios
que a região oferece. Salientando que acredita no manejo de jacaré na região,
devido à grande demanda de animal existente.
Com muito entusiasmo falou o gestor da Resex, Albino Batista,
sobre a possibilidade de geração de emprego e renda em uma área de conservação
e ao mesmo tempo preservar, beneficiando não somente os extrativistas, mas para
os moradores do município de Guajará-Mirim. “É uma possibilidade também que os
extrativistas voltem para a reserva, fixem na reserva e melhorem sua condição
de vida e sua renda”, salientou.
Confira a matéria em vídeo:
Fonte: O MAMORÉ