Rondônia é delineada por 1.342 quilômetros de fronteira, que vai da
divisa com o Acre até Cabixi. Os rios Abunã, Mamoré e Guaporé permeiam
esse trajeto, em cuja linha nove cidades fazem fronteira direta com a
Bolívia. Além disso, o Estado possui 150 quilômetros considerados como
faixa de fronteira que abrange outras 18 cidades. Essas 27 cidades
possuem um problema em comum: o escoamento de toneladas de drogas.
Atualmente o que mais movimenta capital financeiro é a cocaína, enquanto
o maior volume de quantidade produzida é a maconha.
De acordo com tenente-coronel da Polícia Militar André Luiz Glanert,
gerente de integração e segurança da Secretaria de Estado da Segurança,
Defesa e Cidadania (Sesdec), mesmo com recursos federais e estaduais, os
investimentos focados na questão de segurança nas áreas de fronteira
ainda é pequeno. “O valor está na casa de poucos milhões de reais. De
2011 a 2016 nós per captamos no Governo Federal R$ 27 milhões para a
fronteira”, disse Glanert, explicando que, mesmo que Rondônia seja um
dos Estados que melhor aplicam os recursos federais, é muito caro
realizar operações, mobilizar efetivo policial e mantê-los bem treinados
e equipados. A estratégia usada para solucionar o baixo orçamento é
evitar realizar operações pontuais. “A gente prefere reforçar o
policiamento nos locais que tradicionalmente são rotas de crimes
transfronteiriços. É um combate diário”, explica.
Para 2018 a Sesdec garante ter um projeto audacioso, com pelo menos
12 operações de fronteira, mantendo uma presença mais constantes,
preocupando-se com a violência, mortandade de policiais, tráfico de
drogas crescente e roubo de veículos. Nas operações contra crimes
transfronteiriços são realizadas barreiras com equipes reforçadas em
pontos de fiscalização, com isso os agentes param os veículos suspeitos e
também aleatórios, verificando as pessoas e os veículos.
Um relatório realizado em 2016 pela Junta Internacional de
Fiscalização de Entorpecentes (Jife) aponta que a América do Sul
continua sendo praticamente a única provedora de cocaína dos mercados de
uso indevido de drogas em todo o mundo. No Brasil esse mercado da droga
é uma alavanca para outros crimes. Isto porque como nem todos os
usuários de drogas têm condições de usar eles vão furtar, roubar ou
serão vendedores, vão traficar e então entra-se num ciclo de crimes
muito grande, por exemplo. Em Porto Velho existe um índice grande de
roubo e furto de veículos, cuja finalidade, em sua maioria, é servir
como moeda de troca para a aquisição de drogas. “A facilidade para
camuflar e desmontar as motocicletas fazem dela o foco atual para essa
troca de mercadorias”, destaca Glanert.
O tráfico preocupa de maneira sistêmica porque do Brasil as drogas
são exportadas para outros continentes, principalmente porque o país
possui o tráfico nacional que sai da fronteira com destino aos grandes
centros como Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e o Nordeste, além de um
crescente número de dependentes nas cidades que fazem fronteira. “Antes
nós chegávamos em Costa Marques e não víamos tantos usuários, assim como
em Pimenteiras e Guajará-Mirim, hoje é alarmante. E então começa a
crescer o número de furtos nessas localidades”, acentua André Glanert.
Fonte: Diário da Amazônia
Pouca verba prejudica ações de fronteira
Rondônia é um dos Estados que melhor aplicam os recursos federais na segurança.
Compartilhe no WhatsApp
Por -
janeiro 12, 2018
0