Segundo a Agência Fluvial da Marinha de Guajará-Mirim, órgão
responsável pelo monitoramento dos rios Mamoré, Guaporé, Pacaás Novos e
Madeira, comparado com o mesmo período de 2014, o nível das águas do
Mamoré está 15 centímetros acima, o que já causa grande preocupação.
A “cota de segurança” da régua fluviométrica é de 11,5 metros, quando é declarada situação de alerta máximo.
O comandante da Marinha no município, André Sant’Anna, como é feito o
trabalho de monitoramento e quais as medidas adotadas para uma possível
enchente. Segundo ele, a medição da régua é feita diariamente e os dados encaminhados para o relatório oficial, onde existe um controle estatístico.
“Nosso papel é somente como coletor de dados, encaminhamos todos os
dados obtidos para a Prefeitura Municipal, Defesa Civil e Corpo de
Bombeiros, para que eles façam a verificação e tome as providências
cabíveis em relação ao alerta à população”, declarou Sant’Anna.
O chefe da Defesa Civil em Guajará, Gilson Teles, disse que todas as
medidas estão sendo feitas para deixar os moradores cientes dos riscos e
também as orientações em relação ao avanço da água nas margens.
“Não queremos causar terror na população, mas o risco de enchente
existe sim, é eminente. O que estamos fazendo é monitorar junto com a
Marinha e também conversar com os moradores, principalmente os
ribeirinhos, sobre o risco. Estamos nos preparando para que se realmente
houver uma nova enchente, não sejamos pegos de surpresa como em 2014”,
explicou o servidor.
Enchente histórica em 2014
Em 2014, a cidade foi castigada pela maior cheia dos últimos
30 anos na região e chegou a ficar isolada sem receber suprimentos, já que a BR
Engenheiro Isaac Bennesby (principal rota de acesso da cidade) foi alagada e o
tráfego ficou temporariamente fechado por vários dias. A única forma de entrar
na cidade era de helicóptero ou barco.
Na ocasião, o nível da água chegou a estar em 14,44 metros
acima do normal e deixou mais de 500 famílias desabrigadas, além de prejudicar
o comércio e deixar vários trabalhadores desempregados.
Além dos riscos de doenças à população, a enchente influenciou também
nos preços de alimentos e produtos de consumo básico como água mineral,
óleo e gás de cozinha, que sofreram reajustes nos preços de mais de 50%
no valor de mercado.
Desde a época da enchente, a Marinha intensificou a conferência da
régua que mede o nível e a profundidade da água. De acordo com
instituição, até hoje não é possível identificar com precisão o que
causou o fenômeno, embora alguns fatores sejam estudados e apontados
como possíveis causas, como o derretimento das cordilheiras na Bolívia e
o aquecimento global.
Fonte: G1