Por Fábio Marques
Aproveito o período de férias para colocar em dias minha leitura. Estou
relendo com muito proveito o livro O Brasil Tem Cura, da jornalista
Rachel Sheherazade. Um livraço, diga-se de passagem. Um check-up bem
abalizado dos principais problemas que afetam a todos nós com propostas e
soluções viáveis e plausíveis para saná-los. É possível vislumbrar um
Brasil melhor para todos se cada um fizer a sua parte. Se todos passarem
a trabalhar suas atitudes com correção e justiça sem pensarem em
vantagens pessoais, nosso país tem tudo para emplacar como uma das
maiores potências mundiais. Pelo contexto deste manual de sociologia,
tudo depende de nossas escolhas. Se o Brasil está na contramão, é sinal
de que o povo escolhe mal. Então é preciso consertar tudo isso que está
aí desde priscas épocas, a começar por nós mesmos.
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Para a jornalista, a corrupção não se restringe aos políticos. “No
Brasil, os corruptos somos nós! Nós que avançamos o sinal de trânsito,
que fazemos “gato” para economizar energia, que furtamos o sinal da TV a
cabo, que compramos produtos roubados, que tiramos proveito de qualquer
situação em prejuízo dos outros”. Pura verdade. O problema desta erva
daninha que de forma sub-reptícia vem minando os valores da sociedade
vai muito além da corrupção ser uma mal em si mesma. A certeza da
impunidade é que incentiva tais práticas. A mesma certeza que sente o
guarda de trânsito quando aceita dinheiro do motorista bêbado, o
policial que recebe do gerente da boca-de-fumo, o fiscal da receita que
fecha os olhos, mas ganha umas cervejas, o médico que cobra por fora de
pacientes carentes e o radialista que se cala depois que dá um tapa
risonho na bufunfa.
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Em outra sentença a autora
detona: “A corrupção é o câncer que nos corrói, desde o jeitinho brazuca
de enfrentar problemas do dia-a-dia até os altos desvios da política.
Mas na política é que a coisa fica mais nojenta. O dinheiro sempre vai
ser a lógica e o espírito dos políticos corruptos”. Outra verdade que
dispensa prova em juízo. Afinal, quem não tem dinheiro não tem razão.
Isto sem contar a sedução carnal destes escrotos por cargos de comissão.
O cunhado quer ser chefe daquele órgão, o mais chegado já vislumbra
aquele outro, o apoiador de campanha quer sua esposa na secretaria de
alguma coisa, o puxa-saco quer ser o chefe do setor de caçambas e
patrolas, o pai da amante quer gerenciar o hospital. Os acordos quase
sempre se realizam na calada da noite com direito a uísque Buchanans e
regabofes que se anunciam à mesa como bons pratos. Se bem que bom prato,
como dizia um grande poeta, é aquele que faz bosta.
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Aquela história de que cada povo tem o governo que merece tem causa e
efeito no livro de Rachel Sheherazade. O eleitor nada mais é do que o
espelho daqueles a quem elege. Se você votou em tranqueiras para
governar sua cidade, não tem porque reclamar depois. O culpado é você.
Afinal, a burrada foi produto de sua escolha. Portanto, tem que agüentar
as conseqüências calado.
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O livro O Brasil Tem Cura,
da jornalista Rachel Sheherazade é impresso pela Editora Mundo Cristão,
mas também se encontra à disposição nos melhores sites de venda ao
público da Internet.
Apoio cultural:
Coluna Almanaque - UM BRASIL MELHOR PARA TODOS
Por Fábio Marques
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fevereiro 19, 2018
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