Por Fábio Marques
Por não compactuar com as atitudes do prefeito Cícero Alves a frente do
Poder Executivo, um conjunto de atores sociais promoveu na última terça
feira um levante popular contrário a tudo o que ocorre de errado na
coisa pública. Formado em sua maioria por antigos aliados que hoje tem
vergonha de terem votado no prefeito, o ato de protesto ocorreu sem
baderna ou algazarra e com as pessoas que tomaram parte apenas querendo
fazer cobranças para o prefeito frente a frente.
##########
Sob a
proteção de um pelotão de choque da Polícia Militar equipado à maneira
dos robocopes, que bloqueava as entradas do Palácio Pérola, como se
dentre os partícipes da insurreição tivessem os piores marginais prontos
para perpetrar sua degola, o prefeito se entocou em seu castelo de
areia. Trêmulo e acuado, foi preciso que o presidente da Câmara
intervisse para que criasse coragem para encarar os fatos e se abrisse
para o diálogo. Com a garantia de Sérgio Bouez de que nada iria lhe
acontecer em relação à insultos e agressões, o prefeito refletiu e
aceitou encontrar-se com os manifestantes.
##########
Na reunião
entre prefeito, líderes do movimento, Câmara e imprensa, ocorrida na
sala do alcaide, muita roupa suja acabou lavada em público. “O prefeito
tem que escutar mais e falar menos”, “As estradas vicinais estão ao
abandono. O prefeito tem que colocar o pé na estrada”, “É preciso
valorizar as pessoas da cidade em cargos de confiança”, “Os trabalhos de
limpeza da cidade não passam de serviços de porco”, “A cidade está sem
iluminação e a violência campeia”, “São diárias e mais diárias gastas
com o dinheiro da população para não trazer nada de retorno”, “O
prefeito não tem equipe de trabalho à altura dos cargos”, “A cidade não
tem prefeito”. Esta era a tônica. Na ocasião, um pacote de demandas,
propostas e sugestões foi entregue ao prefeito de Guajará-Mirim que se
propôs a avaliar com toda a atenção possível.
##########
Também
não faltaram nesta audiência discursos vazios e saídas pela tangente por
parte do manda-chuva do Poder Executivo. O problema é que hoje todo o
seu bla-bla-blá se dissipa diante daquilo que está patente aos olhos da
população, daquilo que todo mundo vê e enxerga a cada sensação de
abandono pela qual vai passando a cidade. É preciso parar de estar
culpando o passado pelos fracassos do presente.
##########
Mas
nem todo caos será eterno. Por mais crônica que esteja a situação e por
melhoras vigas que sustentem qualquer caráter, para se fazer um bom
trabalho é preciso absorver e creditar os méritos de outros nomes. É
preciso que se ressalte na Coluna de hoje a diplomacia do presidente da
Câmara e sua atuação como “public-relation” na condução deste quiproquó.
Sérgio Bouez fez entender a todos que a relação entre Câmara e
prefeitura é de caráter puramente institucional. O presidente do
Legislativo fez questão de colocar em realce que a Câmara vai estar à
disposição tanto da prefeitura naquilo que for preciso para melhorar a
cidade, assim como da população, no intuito de escutar as demandas e
exigir as medidas cabíveis por parte do Poder Executivo.
Apoio Cultural:
Coluna Almanaque: A REVOLTA DOS EXCLUÍDOS
Por Fábio Marques
Compartilhe no WhatsApp
Por -
março 08, 2018
0