Dia Internacional da Mulher: o que o Brasil pôde comemorar
Instituído
pelas Organizações das Nações Unidas (ONU) em 1977, o Dia Internacional
da Mulher é celebrado oficialmente em 08 de março. A luta histórica por
igualdade de gêneros, contudo, remonta tempos bem mais antigos,
inclusive anteriores ao icônico episódio em que, num incêndio em uma
tecelagem nova-iorquina, 130 operárias perderam a vida em 1911. “De lá
para cá, as mulheres conseguiram superar muitos desafios, obtendo muitas
conquistas sociais, econômicas e políticas. Porém, ainda faltam muitos
obstáculos a serem vencidos”, afirma Adriana Carvalho, Gerente da ONU
Mulheres no Brasil, agência das Nações Unidas que foi criada com o
objetivo de unir, fortalecer e ampliar os esforços mundiais, em defesa
dos direitos humanos das mulheres.
De
acordo com o ranking de 2017 do Fórum Econômico Mundial, que analisa a
igualdade entre homens e mulheres em 144 países, o Brasil está na 90ª
posição, atrás de muitos dos seus vizinhos latino-americanos. “Embora o
nosso país seja uma das 10 maiores economias do mundo, o 5º em população
e tido como um país liberal e avançado, essa classificação ruim se deve
muito em função da escassa participação das mulheres na política
nacional, o que empurra o índice do Brasil para baixo”, explica a
economista que, mesmo assim, ressalta que tivemos alguns avanços. “Como
destaque positivo, o Brasil foi o único país da América Latina a
eliminar a desigualdade entre homens e mulheres na área de educação. Na
saúde, a diferença também está próxima do fim, além de modestas
melhorias em termos de paridade econômica entre homens e mulheres”,
esclarece ela.
Por
fim, a especialista diz que, quando se fala da mulher empresária e
empreendedora, podemos sentir orgulho. “Elas empreendem bastante no
Brasil, principalmente nos estágios iniciais, em que são muito similares
aos homens”, explica ela, acreditando nesse caminho para diminuir as
diferenças. “Convido todos a continuarem apostando no empreendedorismo
das mulheres, porque tenho certeza que isso fará bem para nossa
sociedade”, conclui Adriana Carvalho.
Superávit na balança comercial
De
acordo com os dados do Ministério do Desenvolvimento, Comércio Exterior
e Serviços (MDIC), depois de o Brasil registrar um superávit recorde de
US$ 67 bilhões na Balança Comercial (diferença entre exportações e
importações) em 2017, este ano já tivemos um janeiro com o maior saldo
para o mês em 12 anos e, também, fechamos fevereiro com o melhor
resultado positivo para o mês desde 1989. Isso significa que as
exportações (vendas) foram em maior valor do que as importações
(compras), resultando em maior entrada de divisas para o país, que
servirão para investir no próprio sistema econômico. “Trata-se de uma
notícia animadora”, afirma o consultor Roberto Luís Troster,
ex-economista chefe da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN).
De
acordo com ele, esse superávit está composto por commodities como a
soja e o minério de ferro, que, nas exportações, tiveram um incremento a
uma taxa de 25% ao ano, e, também, pela exportação de bens
manufaturados e semimanufaturados, que cresceram 10% ao ano. “Os
principais responsáveis por esse resultado positivo são: a China, que
está demandando mais produtos básicos; e a Argentina, que começou a
crescer após uma profunda recessão, exigindo mais produtos manufaturados
do Brasil”, explica Troster. “Contudo, embora o cenário se apresente
animador, o mercado estima que, em 2018, teremos um superávit menor que
2017, motivado principalmente pela recuperação da economia nacional, que
reativa o consumo e as importações”, complementa.
Mudanças no Simples não beneficiam as microempresas
O
aumento no teto do Simples Nacional amplia a abrangência do programa,
mas outras mudanças no sistema não contribuem para o crescimento
sustentável de pequenas empresas dentro do regime tributário, podendo
levar à alta nos impostos, e na prática, a medida criou dois Simples.
Muitas empresas seguravam o faturamento para não saírem do programa.
Agora, podem continuar represando ou vão dividir suas operações para não
fazerem os recolhimentos separados.
A
Receita explica que o novo modelo evidencia uma tributação progressiva,
“mecanismo pelo qual a empresa pagará a alíquota das faixas superiores
apenas sobre o valor que ultrapassar as faixas anteriores”. Bernard
Appy, diretor do CCiF (Centro de Cidadania Fiscal), concorda que o
método suaviza a transição entre faixas, mas critica a elevação do
limite. “Inclui mais gente em um sistema que é mal desenhado, porque
tributa faturamento, e isso beneficia empresas que já operam com alta
margem.” A Receita admite que o cálculo das alíquotas ficou mais
complicado, mas ressalta que eles podem ser feitos automaticamente pelo Pgdas-D, aplicativo disponível no portal do Simples.