Para viabilizar o processo, uma equipe de especialistas em
fortificações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(Iphan) realizará, na terça-feira (10), uma visita técnica ao forte para
verificar as condições de conservação da estrutura e fazer relatório
que balizará as discussões nas oficinas onde será eleita uma comissão
que vai gerir a candidatura do forte a patrimônio mundial.
Delma Batista, superintendente do Iphan em Rondônia, explica que o
Forte Príncipe da Beira compreende um conjunto de 19 fortes que podem
ser elevados a patrimônio mundial.
“A avaliação vai ser feita pela Unesco. O processo de candidatura será concretiza até dezembro”, explicou.
Uma das integrantes da comissão que visita o Forte Príncipe, Sônia
Rampim, da coordenação de educação patrimonial do Iphan, diz que uma vez
transformado como patrimônio mundial, o forte deve ser incluso em um
plano gestor para que contribua no desenvolvimento da região em que está
instalado.
“Deve-se avaliar o que se pretende fazer do forte. Dentre os 19, o
Forte Príncipe é o maior e tem um histórico diferente, por causa da
localização que é área de fronteira”, salientou, acrescentando que, se
for considerado um patrimônio histórico da humanidade, ele ganhará
reconhecimento internacional.
“O que dá para pensar o patrimônio como eixo de desenvolvimento local,
impulsionando ações de políticas públicas, com benefícios à comunidade
da região, como o turismo cultural”, diz Sônia.
História
Segundo o Iphan, o Forte tem um perímetro de mais de 900 metros e é uma
das maiores obras edificadas pela engenharia militar portuguesa no
Brasil Colonial. Ele foi feito de forma estratégica na região, para a
defesa das fronteiras entre o Brasil e a Bolívia, disputadas por Espanha
e Portugal, durante o período do Brasil Colonial, no século XVII.
O Forte ficou abandonado por décadas. Conforme o Iphan, a princípio foi
feito um "fortim" cercado por paliçada, recebendo o nome de Nossa
Senhora da Conceição, sendo substituído posteriormente pelo Forte
Bragança, atualmente em ruínas.
No ano de 1776, por causa da necessidade de uma fortificação mais
sólida e em terreno de melhor condição, foram iniciadas as obras do novo
Forte, inaugurado em 1783.
Diante da importante construção, uma unidade do Exército foi implantada
no local. Tombado pelo Iphan, em 1950, o Real Forte Príncipe da Beira é
de propriedade do Exército Brasileiro.
Segundo o Iphan, desde 1930 está sob a guarda do 17º Pelotão de Fuzileiros de Selva Destacado.
Fonte: G1