Recentemente foram apresentados os dados do Plano de Manejo de Pirarucu
Durante a 11ª Reunião do Grupo de
Trabalho de Pesca, foram apresentados os dados preliminares sobre a
contagem do estoque pesqueiro da região de Lagos de Cortes de Mercedes,
localizado às margens do rio Mamoré, no município de Guajará-Mirim. A
atividade é realizada há cinco anos no âmbito do Programa de
Monitoramento e Apoio à Atividade Pesqueira, por meio do Subprograma de
Apoio à Atividade Pesqueira (SAAP) da Energia Sustentável do Brasil,
concessionária da Usina Hidrelétrica Jirau.
De acordo com o especialista Marcelo
Crossa, o manejo do pirarucu na região mostrou-se bastante promissor,
apresentando viabilidade e sustentabilidade ecológica, econômica e
social. Crossa também ressalta a evolução e adaptação dos pescadores na
nova forma de manejar com sustentabilidade na pesca, resultando no
crescimento da população de pirarucu e de outras espécies que estavam
escassas na região de Guajará Mirim, como o tambaqui.
Em 2015, foram contados e estimados
cerca de 780 pirarucus, já em 2018, a estimativa é de 2.973 espécimes em
18 lagos avaliados, sendo estes lagos de conservação (lagos para
reprodução), manejo (lagos para pesca de pirarucu) e pesca geral (lagos
de subsistência e comercialização).
Na reunião também foi informado sobre a
Lei Estadual nº 4.324/2018, que estabelece que a Secretaria de Estado do
Desenvolvimento Ambiental (Sedam) disciplinará os locais, o período, as
restrições e a forma de pesca do pirarucu. Segundo a Sedam, a nova
redação da Lei beneficiará os pescadores profissionais artesanais.
O Gerente de Meio Ambiente e
Socioeconomia da Energia Sustentável do Brasil, Veríssimo Neto, destaca a
importância das reuniões com o Grupo de Trabalho de Pesca. “Através
desses encontros é possível avançar com as atividades desenvolvidas pela
Usina Jirau em apoio à atividade pesqueira, uma vez que participam
tanto os órgãos que regulamentam a atividade como o público-alvo das
ações”, conclui.
Capacitação
Em julho, a Energia Sustentável do
Brasil capacitou técnicos de órgãos das esferas Estadual, Federal e de
instituições não governamentais, como a Colônia de Pescadores Z2/RO e a
Cooperativa de Produtores Rurais do Observatório Ambiental Jirau. O
objetivo foi treinar os técnicos para auxiliar o grupo de manejadores da
Colônia de Pescadores na elaboração e coleta de dados, dando
continuidade ao Plano de Manejo do Pirarucu.
A capacitação foi realizada em duas
etapas: teórica e prática. Na parte teórica foram abordados os temas:
bioecologia do pirarucu, método de avaliação de abundância, introdução à
análise de multicritério para ajudar na tomada de decisão, definição
dos lagos com perfis adequados para implantação de manejo, metodologias
aplicáveis, metodologia de contagem, metodologia de despesca/captura,
acordo de pesca e regimento interno do grupo de manejo. Na parte
prática, os participantes foram para o campo acompanhar a contagem de um
dos lagos de manejo em Guajará Mirim. A experiência proporcionou a
troca de saberes entre os pescadores manejadores e técnicos sobre a
metodologia aplicada.
Em paralelo ao curso, foi realizada a
certificação dos pescadores participantes do Comitê do Acordo de Pesca
de Manejo de Pirarucu, baseado na metodologia de contagem. No total,
foram avaliados e aprovados dez pescadores artesanais.
- Assessoria