Crônicas Guajaramirenses - ESTRANHO,NÃO?

Paulo Saldanha
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O Mamoré
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 Nordeste tão árido, tão sofrido, produz homens valentes e mulheres intrépidas. Para ajudá-los pouquíssimas ONGs. Ali vivem cerca de 10 milhões de pessoas com fome e sede.

Nesta Amazônia abençoada, tão próspera, plena de rios e mananciais, florestas e biodiversidade exuberante, solo enriquecido por tantalita, cassiterita, ferro, nióbio, ouro, esmeraldas, rubis, diamante, cobre, zinco, prata, alumínio, manganês, cristais, pedras preciosas e semi-preciosas, berço de madeiras nobres centenárias e flora virtuosa salvadora de vidas, após suas transformações em remédios e produtos para embelezar, mais de 350 Organizações Não Governamentais as escolheu com ânimo de extraírem do seu útero virtuoso as riquezas, que aqui vicejam. Aqui, se instalaram e quais parasitas tão pródigas, lhes cobiçam e lhes sugam.

Há indicação de que, na Amazônia 230.000 índios enriquecem a nossa antropologia, sob os cuidados e zelo da nossa FUNAI.

No Nordeste brasileiro, terreno fértil, pouca água, na seca a escassez impera e o sofrimento eclode tão infernizador. Mas, ONGs para emprestar-lhes um tantinho que seja de dignidade quase nada! E um pouco de esperança, menos ainda.

Na Amazônia verde, excesso de vida, prodigalidade vivificadora de tanta efervescência, produto do estoque de tanto capital natural, nem tão intocado à luz do dia, mas clandestinamente explorado por falsos profetas, fantasiados de religiosos, que vão, inclementemente, sugando as tetas dadivosas e virtuosas de um corpo que clama por proteção.

É estranho que ONGs sejam seduzidas pela “parideira mor do hemisfério”, esta Amazônia tão decantada, onde impera a fartura mineral, vegetal e biológica, enquanto poucas, pouquíssimas mesmo, ao fazer a opção por atuar na planície, “esquecem-se” de valorizar a vida inclemente do povo nordestino…

Estranho, não?

Nesta Amazônia abençoada a vida humana se traduz pelo “afeto”, pela “ternura” com que muitas dessas ONGs escolhem as comunidades indígenas e se especializam em iludir esses povos da floresta com oferta de uma atenção justamente aonde, nas suas reservas, pululam os minerais, matéria-prima industrial destinada a preparação de peças para a mecânica, inclusive aeroespacial, defesa e ataque bélicos, etc., de jóias finas e os vegetais dirigidos à indústria farmacêutica e à cosmética.

Demonstração de carinho, afeto e ternura que pouquíssimas vezes se observam quando o cenário é outro: aquele vivenciado pelos seres humanos ali no áspero Nordeste brasileiro aonde vegetam homens mulheres e crianças carentes de tudo, inclusive de esperança!

Estranho, não?

Afinal, é sabido que existem mais ONGs estrangeiras, com o foco indigenista e ambientalista, aqui nesta Amazônia de Deus, do que na parte pobre do continente africano, local de fome, sede e guerras civis, e aonde já eclodiram doenças epidêmicas como o Ebola e a AIDS…

Também se sabe que no Nordeste brasileiro não há mais tanta riqueza mineral, em decorrência do que essas Organizações Não Governamentais não podem justificar as suas presenças numa terra de tanto necessitado…

 Estranho, não!

Autor: Paulo Saldanha
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