Nordeste tão árido, tão sofrido, produz homens valentes e mulheres
intrépidas. Para ajudá-los pouquíssimas ONGs. Ali vivem cerca de 10
milhões de pessoas com fome e sede.
Nesta
Amazônia abençoada, tão próspera, plena de rios e mananciais, florestas
e biodiversidade exuberante, solo enriquecido por tantalita,
cassiterita, ferro, nióbio, ouro, esmeraldas, rubis, diamante, cobre,
zinco, prata, alumínio, manganês, cristais, pedras preciosas e
semi-preciosas, berço de madeiras nobres centenárias e flora virtuosa
salvadora de vidas, após suas transformações em remédios e produtos para
embelezar, mais de 350 Organizações Não Governamentais as
escolheu com ânimo de extraírem do seu útero virtuoso as riquezas, que
aqui vicejam. Aqui, se instalaram e quais parasitas tão pródigas, lhes
cobiçam e lhes sugam.
Há indicação de que, na Amazônia 230.000 índios enriquecem a nossa antropologia, sob os cuidados e zelo da nossa FUNAI.
No
Nordeste brasileiro, terreno fértil, pouca água, na seca a escassez
impera e o sofrimento eclode tão infernizador. Mas, ONGs para
emprestar-lhes um tantinho que seja de dignidade quase nada! E um pouco
de esperança, menos ainda.
Na
Amazônia verde, excesso de vida, prodigalidade vivificadora de tanta
efervescência, produto do estoque de tanto capital natural, nem tão
intocado à luz do dia, mas clandestinamente explorado por falsos
profetas, fantasiados de religiosos, que vão, inclementemente, sugando
as tetas dadivosas e virtuosas de um corpo que clama por proteção.
É
estranho que ONGs sejam seduzidas pela “parideira mor do hemisfério”,
esta Amazônia tão decantada, onde impera a fartura mineral, vegetal e
biológica, enquanto poucas, pouquíssimas mesmo, ao fazer a opção por
atuar na planície, “esquecem-se” de valorizar a vida inclemente do povo
nordestino…
Estranho, não?
Nesta
Amazônia abençoada a vida humana se traduz pelo “afeto”, pela “ternura”
com que muitas dessas ONGs escolhem as comunidades indígenas e se
especializam em iludir esses povos da floresta com oferta de uma atenção
justamente aonde, nas suas reservas, pululam os minerais,
matéria-prima industrial destinada a preparação de peças para a
mecânica, inclusive aeroespacial, defesa e ataque bélicos, etc., de
jóias finas e os vegetais dirigidos à indústria farmacêutica e à cosmética.
Demonstração
de carinho, afeto e ternura que pouquíssimas vezes se observam quando o
cenário é outro: aquele vivenciado pelos seres humanos ali no áspero
Nordeste brasileiro aonde vegetam homens mulheres e crianças carentes de
tudo, inclusive de esperança!
Estranho, não?
Afinal,
é sabido que existem mais ONGs estrangeiras, com o foco indigenista e
ambientalista, aqui nesta Amazônia de Deus, do que na parte pobre do
continente africano, local de fome, sede e guerras civis, e aonde já
eclodiram doenças epidêmicas como o Ebola e a AIDS…
Também se sabe que no Nordeste brasileiro não há mais tanta riqueza mineral, em decorrência do que essas Organizações Não Governamentais não podem justificar as suas presenças numa terra de tanto necessitado…
Estranho, não!
Autor: Paulo Saldanha