Por Fábio Marques
Causou rebuliço nos últimos dias o qüiproquó acerca de um suposto discurso do deputado estadual Eurípedes “Lebrão” nas cercanias da cidade de Costa Marques e cujo teor continha ou poderia conter invectivas, heresias e impropérios contra o chefia da Diocese de Guajará-Mirim, o magnânimo Dom Geraldo Verdier. A repercussão do caso foi de tamanha celeuma que levou muita gente da Imprensa e do fervor da idolatria da religião a se instaurar contra a hipotética atitude do deputado. Houve até caso de gente que a partir de pressupostos “a priori”, nem sequer mediu conseqüências ao manejar a caneta e já partiu com tudo o que tinha direito para uma espécie de Jihad xiita ou guerra santa bem ao estilo dos radicais do Islã, satanizando a figura do parlamentar.
Mas a coisa não é bem assim. Sempre há que existir dois pesos e duas medidas para tudo o que é público e que deve ser levado à superfície. Em conversas com a assessoria do deputado, este colunista pôde obter informações dignas de parecer judicial e que só condizem com a verdade dos fatos. Em primeiro lugar, conforme o próprio deputado já disse à imprensa do restante do Estado, não houve em nenhum momento qualquer tipo de ataque pessoal ao cura paroquial francês que atua em Guajará-Mirim. Em segundo lugar, houve sim, uma reunião do deputado Eurípedes “Lebrão” com representantes de 1.200 famílias de moradores assentados pelo Incra e que em cuja área, algumas Ongs suspeitas querem transforma-la em reserva indígena. Isto é fato.
Inconformado com esta situação e sensível aos anseios e reclamos por cidadania destes setores identificados que achavam que as normas propostas por essas missões eram indignas e desrespeitosas, o deputado resolveu reunir a população daquela aldeia buscando uma forma de soluções fecundas, tendo em vista que não se pode negar um histórico de reivindicações em busca de igualdade, respeito, oportunidades e reconhecimento à propriedade dentro do âmbito de direitos e deveres do que manda a constituição.
Acontece que nestes tempos que precedem as eleições que estão por vir, uma indústria de fofocas começa a aparecer com vistas a enfraquecer ou anular a imagem deste ou daquele candidato que de uma maneira ou de outra vai tomar posições no ranking das disputas políticas. É aí que a inveja de outros candidatos, da ciumeira, da perda daquele eleitor que resolveu se bandear para outro lado que achava melhor aparece com todas as nuances. E daí também que alguns candidatos com menos pontos no Ibope resolvem apelar para artifícios nem sempre condizentes com a honradez que pregam em seus falatórios.
Não convém aqui citar nomes, mas está muito claro que nestes falatórios não existe nada que exija uma análise conceitual. Está muito claro também que este tipo de gente que se utiliza desses métodos, é um tipo de pessoa que se arrasta num plano baixo e material de existência. Este tipo de gente faz muita questão de colocar estas distorções apenas para apreciar a falação que vai se desenrolar neste balcão de discussões, sem a obrigação de dizer o que pensa, pois o que pensa é nada. Isto é notório.
*Da seleção das melhores crônicas do autor.