Coluna Almanaque: RETRATO DE DUAS CIDADES

Por Fábio Marques
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O Mamoré
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Por Fábio Marques
Estive na cidade de Ariquemes no último final de semana e me encantei com o que pude observar. A cidade tem estrutura, avenidas amplas, sinalizadas, praças bem cuidadas, água, luz, empregos, hospitais, uma boa rodoviária, etc...
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Em Ariquemes é de impressionar a limpeza da cidade, o fluxo de pessoas no centro comercial, nas ruas e nas praças, o número de obras de todas as formas e objetivos que estão sendo efetuadas. E o que mais importa: com o total apoio dos cidadãos e órgãos ligados ao setor da construção e do meio ambiente. As razões são óbvias: desenvolvimento gera trabalho, trabalho gera dinheiro no bolso e dinheiro no bolso gera auto-estima, dignidade.
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Fundada por migrantes de outros Estados, em especial os do Oeste do Paraná, que chegaram a este promissor Eldorado em meados dos anos 70 movidos pela ambição de fazerem fortuna com a extração mineral da cassiterita, moeda cambial em erupção nos garimpos locais à época, nesta região fincaram estacas e calcaram bases sólidas na construção de uma próspera cidade que hoje tem realce e destaque no progresso de todo o Estado de Rondônia. 
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A primeira impressão é que fica. A rodoviária de Ariquemes, se não está a contento, ao menos é bem limpinha, com boas lojas, lanchonetes e uma miríade de empresas de ônibus para qualquer cidade do Brasil à disposição, o que a difere da rodoviária de Guajará-Mirim onde existe apenas o monopólio de uma companhia a explorar o mercado. 
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Com uma população de 110 mil habitantes que chegam a 200 mil se incluir a região do Vale do Jamary (Alto Paraíso, Rio Crespo, Montenegro, Buritis, Bom Futuro, Cujubim, Cacaulândia), a economia de Ariquemes está centrada no agronegócio, na piscicultura e no comércio. Na cidade existem várias lojas de revendas de tratores, máquinas e implementos agrícolas. Também existem concessionárias de quase todas as fábricas de veículos e revendas de automóveis seminovos. Cidade estudantil, entre públicas e privadas, Ariquemes possui seis faculdades que despejam todos os anos algumas centenas, talvez milhares de alunos formados que conseguem adentrar fácil o mercado de trabalho que os absorvem e os emplacam com empregos de excelência.
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Em ritmo de metrópole, condomínios de todos os estilos, designers, gostos e valores, estão tomando o espaço dos antigos casebres e dando ares de moderno para a cidade. Ariquemes é uma cidade que não ficou parada no tempo como Guajará-Mirim, onde não existe saúde, a educação é precária, as ruas estão tomadas pelos buracos, as calçadas pelo matagal e onde a violência aumenta a cada dia por conta da falta de empregos e perspectivas para a juventude. 
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Até hoje não se resolveu o problema da Estrada-Parque que faz ligação entre as cidades de Guajará-Mirim e Ariquemes. O trecho possui apenas 12 quilômetros, mas sem este atalho é preciso dar uma volta de quase 600 quilômetros para uma cidade alcançar a outra. A proibição do tráfego neste rabicho de estrada já foi objeto de amplas discussões entre políticos e entidades ambientais. A falta de consensos entre as partes não faz a coisa andar a favor do progresso regional e menos ainda da preservação do meio ambiente. Está faltando aos órgãos do governo e agentes da ecologia fazerem rodar o cachimbo da paz através de propostas de viabilidades sócio-econômicas e estudos de impactos ambientais.
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