O Brasil estuda construir uma
usina hidrelétrica binacional com a Bolívia. O projeto seria no Rio Mamoré, acima
do município de Guajará-Mirim (RO), contando com experiência e investimentos de
Itaipu. A possibilidade foi comentada nesta sexta-feira, 14, pelo diretor-geral
brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna, durante solenidade de
comemoração da geração recorde de 2,7 bilhões de megaWatts/hora (MW/h)
produzidos desde o início de sua operação, em 1984.
“Ela [a nova usina] vai ser
necessária. Itaipu pode servir de referência, inclusive de relações
[internacionais], que é uma construção de longo prazo. Itaipu pode ajudar muito
se for tomada essa decisão. A previsão é que sejam duas hidrelétricas, de 5 mil
MW a 6 mil MW [no total]. O Brasil precisa de energia segura. A engenharia
diplomática para fazer uma construção dessas não é pequena. É tão complexa quanto
é a engenharia para fazer a obra”, disse Silva e Luna.
Em termos de comparação, Itaipu
tem potência de 14 mil MW. Segundo o general, Itaipu poderia ser o agente
brasileiro na futura usina binacional com a Bolívia. “Se houver isso aí, Itaipu
tem muito a contribuir. Na hora em que for decidido, estamos prontos. A
programação financeira seria a parte menos complexa a se fazer. Havendo essa
demanda, Itaipu está em condições de se debruçar sobre essa hipótese. A
interconexão energética do continente é irreversível. É questão de tempo”,
disse Silva e Luna.
Dentro de três anos, Itaipu terá
quitada a dívida para a construção da usina, o que vai liberar cerca de US$ 2
bilhões por ano, metade para o Paraguai e metade para o Brasil, que passará a
contar com US$ 1 bilhão para investimentos, cerca de R$ 4,3 bilhões. O
dinheiro, segundo o general, poderia ser aplicado na construção da usina
binacional, se for o caso, ou em melhorias na usina de Itaipu.
Custo
O diretor-técnico executivo de
Itaipu, Celso Villar Torino, estimou em cerca de US$ 5 bilhões o valor de
construção da usina binacional com a Bolívia, tomando-se em conta o valor das
grandes usinas recentes.
“Teria que fazer uma análise
detalhada do local, mas as grandes usinas, como referência, custaram cerca de
US$ 5 bilhões. O Brasil tem mercado crescente [de energia]. Uma hidrelétrica de
5 mil MW a 6 mil MW, não há dúvida, que o país tem mercado para absorver”,
disse Torino. Segundo ele, a conexão da futura usina poderia ser feita
utilizando a linha das usinas de Jirau e Santo Antônio, ou construindo outras
linhas de transmissão.
O diretor-geral brasileiro de
Itaipu, general Joaquim Silva e Luna, e o diretor paraguaio, Ernst Bergen,
durante solenidade de comemoração da geração recorde de 2,7 bilhões de megaWatts/hora
- Rubens Fraulini/Itaipu Binacional
Anexo C
Em 2023, haverá a revisão do
Anexo C do Tratado de Itaipu, de abril de 1973, que trata das bases de
comercialização da energia gerada pela hidrelétrica. Atualmente, o Paraguai é
obrigado a vender para o Brasil a parte de sua produção que não consome. A energia
de Itaipu abastece 85% da demanda paraguaia, vendendo para o Brasil 35% do
total da produção paraguaia.
De acordo com o general Silva e
Luna, a questão está sendo bem conduzida e não deverá causar maiores problemas:
“Teremos um grupo de trabalho único binacional. Se chega [a um consenso]
através de conversa, diálogo, convencimento. Eu vejo isto com total otimismo”.
Outro assunto abordado foi o
possível aumento do nível do reservatório, em um metro de altura, a fim de
conferir maior estabilidade e potência. A obra custará cerca de R$ 4 milhões e
não deverá causar impacto ambiental de alagamento além das terras da própria
usina. Além disso, haverá, a partir do segundo semestre deste ano, a
modernização de cada uma das 20 unidades geradoras onde ficam as turbinas, a um
custo de US$ 700 milhões.
Cada unidade é responsável pela
geração aproximada de 5% do total e deverá ficar parada até seis meses. No
total, o processo vai durar 14 anos e será feita uma licitação internacional
para a realização da modernização.
Recorde
A produção recorde de 2,7 bilhões
de MWh, atingida nesta sexta-feira coloca Itaipu como a maior usina
hidrelétrica do mundo em produção, superando até a gigantesca usina chinesa de
Três Gargantas. O feito foi comemorado pelos diretores e funcionários da usina
em solenidade que reuniu brasileiros e paraguaios.
O diretor-geral paraguaio de
Itaipu, Ernst Bergen, destacou a colaboração de todos os funcionários da usina
para o atingimento da meta. “Refletindo sobre o passado e olhando adiante, os
paraguaios e brasileiros, como países-irmãos, têm sido capazes de construir uma
hidroelétrica que hoje é a número um no mundo em produção de energia acumulada,
a número um em produção de energia por ano, a número um em eficiência”, disse
Bergen.
Silva e Luna também salientou a
parceria entre os países para os resultados da usina: “Este potencial está
colocado à nossa disposição, em proveito do desenvolvimento e bem estar de
nossos povos. É um aprendizado contínuo, que une cada vez mais o Brasil e o Paraguai.
Olhando para o futuro, vamos preparar nossa empresa para chegar em 2023 em
condições de tratar dos novos arranjos financeiros do tratado, podendo trazer
ainda mais benefícios para os nossos povos”.
Fonte: Uol Economia
Unopar Guajará-Mirim
O Agrônomo pode trabalhar com ciência do solo e da água economia, engenharia e extensão rural, produção animal e vegetal, empresas alimentícias, indústrias de sementes, grandes propriedades rurais, equipamentos e adubos, além de poder atuar com ensino e pesquisas.
Polo Guajará-Mirim:
Avenida XV de Novembro, 1922 - Em frente ao Ginásio Afonso Rodrigues
(69) 3541-5375
(69) 99357-8293