Por Arimar
Souza de Sá
Sábado
triste, lockdown em Porto Velho. Portas fechadas, ruas vazias, medo e mortes.
Muitas, por todo o Estado, dão o tom forte da angústia que passou a povoar a
mente do povo de Rondônia nos últimos tempos.
Sim, o
Coronavírus chegou mesmo em nossa terrinha, com gosto de gás, de forma
avassaladora. Raivoso, impiedoso, devastador, implacável, invadiu nosso espaço
e entrou sem pedir licença nos lares das famílias rondonienses, solapando seus
entes queridos.
Com seus
guerreiros assassinos em forma de gotículas, a Peste Chinesa não respeita a cor
da pele, a classe social, nem mesmo a fé dos que a têm: fura, rasga, fustiga e
atinge, nos pulmões, soldados e generais, cristãos e ateus, indistintamente.
Rondônia, é
verdade, já vivenciou diversas outras epidemias de doenças infectocontagiosas,
como a febre amarela, a malária, leishmaniose, dengue e seus derivados, e soube
lidar com elas, mas essa da Covid-19, uma pandemia que veio se espalhando pelo
mundo antes mesmo de ser declarada como tal, pela Organização Mundial de Saúde,
surpreendeu a todos, e os alarmantes números estão aí a desafiar e inquietar o
nosso espaço. Nunca foi tão ruim assim!
No início,
ali pelo mês de janeiro, tinha-se a impressão de que passaríamos incólumes por
esse desastre, mas dias depois o Estado já acumulava várias mortes e, hoje,
morre-se de Vilhena, no Sul, até Guajará-Mirim, na saída para os lados
castelhanos.
E, como a
Covid fala uma língua universal, quem sabe o “Esperanto”, eles, os bolivianos,
colocaram logo barreiras impedindo a passagem de brasileiros para “La Banda”:
“Nosotros de acá no la queremos, Covid del diablo”, dizem os Castelhanos, e com
razão.
Guajará-Mirim,
hoje, se coloca no ranking universal como um dos lugares mais perigosos do
País, no que diz respeito ao contágio desta peste do século. Por lá, do total
de pessoas infectadas, metade das vidas se foram.
Nessa Tsunami
de enormes, abissais e desastrosos efeitos econômicos e de saúde, observamos o
quanto somos pequenos, em conhecimento científico e ação, para enfrentar os
mortíferos vírus, gerados com o nosso próprio estrume.
A nossa
Rondônia, com maior profundidade, está devastada pela doença. Nem cientistas,
nem médicos, nem equipamentos, nem leitos, são suficientes para atender os
infectados, até porque leitos de UTI sempre foram “mercadoria” escassa por
estas bandas, por isso é que o caos se instalou.
Na verdade,
aqui, o que se constata, em termos de investimento técnico-científico, é que
estamos na idade da pedra para o enfrentamento de um sem número de patologias,
e isso ficou ainda mais evidente a partir dessa arrasadora moléstia que se
propagou pelo mundo e chegou por aqui, em que pese os esforços da turma que
arrisca a vida para cuidar da saúde do próximo.
Lógico! Sem
um hospital de referência em Rondônia, e sem a preparação prévia para enfrentar
o inimigo, o que estamos assistindo é a deplorável queda de muitos de nossos
soldados, destemidos pioneiros, sem a devida retaguarda para atender outros
feridos desta guerra sem fim.
Que estamos
desfalcados de um protocolo de higiene e saúde pública, já sabíamos, porque
ainda convivemos numa capital, sem esgoto e tratamento de dejetos, mas o fato
de estarmos com carência de médicos para atender essa urgência, mostra as
nossas vísceras impregnadas de horror ao restante do País.
SOS...
Precisamos de socorro...
Lamentavelmente,
o trem rondoniense que seguia sua viagem “normal”, até pouco tempo, hoje, cheio
de doentes e mortos, descarrilhou ribanceira abaixo... Senhores passageiros,
seja então o que Deus quiser!
A hora, pois,
não é de “jogar a toalha”, nem muito menos de gritar papai, nem mamãe. O
momento é cruel, mas é de segurar o tombo, e peitar, no tranco, o vírus do olho
puxado, todos se precavendo, e cada um cuidando de si e de suas famílias.
Procurar
culpados agora no campo de batalha? Não! Não é mais hora de encontrar culpados,
nem de apontar o dedo para governos, famílias, o padre, o pastor ou os
políticos, a guerra é de selva - está travada, é feroz, estamos todos no meio
dela, mas sem bússola, sem navegador e sem comandante, lutando contra um
inimigo invisível. Portanto, salve-se quem puder.
No mais é
lavar as mãos, usar máscara, álcool em gel, cumprir os protocolos sanitários.
Aos gestores, ordenadores de despesas com os recursos do erário, consciência e
honestidade, antes, é claro, que a Polícia Federal requeira águas do céu para
lavar-lhes a alma...
Por fim, que
Deus se apiede de todos nós, e que as vacinas que estão em desenvolvimento pelo
mundo nos tragam, rapidamente, a cura e o alívio.
Porque nós,
guerreiros do dia a dia desta terra, já estamos respirando o fôlego
suplementar, enquanto ajoelhado rezamos esperando a passagem da tormenta, para
comemorarmos, tomando uma “gelada”, diante de um novo amanhecer.
QUE DEUS
PONHA AS MÃOS SOBRE NOSSAS CABEÇAS.
AMÉM
Unopar Guajará-Mirim
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