O aniversário de Guajará-Mirim, que ocorreu semana passada por ocasião de seus 80 anos de emancipação, se por um lado convocou alguns membros da imprensa a reverenciar pessoas e gerações que ajudaram a construir a cidade, permitiu também que se exaltasse o trabalho de homens e mulheres que ainda hoje vivem o afã de prosseguir a empreitada que se iniciou no passado. Hoje em dia não basta somente olhar para traz. Faz-se necessário também avaliar o presente, porque é nele que se abre as portas para o futuro.
Caberia aqui dizer em nome da justiça e do mérito, que temos hoje figuras que nos engrandecem, muitas dignas de estarem frente a frente com as realizações que marcaram as primeiras “entradas e bandeiras” de famílias como os Vassilakis, Suriadakis, Massud Badras e Melhem Bouchabkis.
Por mais que se revelem motivos para desacreditar no momento atual, há uma latente força criadora, nem sempre perceptível, mas que existe e se dispersa pelas diversas áreas de atuação, seja na educação, no comércio, na cultura ou na política. Se existe esta dinâmica, é natural que se confira a Guajará-Mirim uma expectativa de melhoras quanto ao futuro, o que não dispensa uma maior presença dos poderes públicos
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Sabemos todos que este é um momento difícil para se empreender ou se arriscar em qualquer coisa que se faça, pois disso depende a política e neste metiê os últimos tempos tem sido de desastres e tragédias de forma tão contumaz que graças a estes infernos astrais percebe-se a anemia psíquica que hoje se abate sobre nossa população. Mas é preciso ter consciência de que a cidade é muito maior que as tragédias que sobre ela se abatem. Sua história está aí para nos mostrar que a todo desafio a gente responde com um maior empenho em defesa dos valores morais e éticos.
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Sabemos todos que este é um momento difícil para se empreender ou se arriscar em qualquer coisa que se faça, pois disso depende a política e neste metiê os últimos tempos tem sido de desastres e tragédias de forma tão contumaz que graças a estes infernos astrais percebe-se a anemia psíquica que hoje se abate sobre nossa população. Mas é preciso ter consciência de que a cidade é muito maior que as tragédias que sobre ela se abatem. Sua história está aí para nos mostrar que a todo desafio a gente responde com um maior empenho em defesa dos valores morais e éticos.
Não se recorda até hoje de um aniversário da cidade que se passasse assim neste clima de velório e a confiscar da maioria da população o direito de celebrar. Em outras épocas havia desfiles de escolas, bandas de músicas, concursos de fanfarras... É sabido que aqui e acolá houveram festejos aleatórios bancados por empresas privadas na cara e na coragem a preços módicos, mas muito acima do que pode pagar o povão. Muita gente de fora também esteve na cidade. Os hotéis lotaram. Mas não por causa da efeméride em questão e sim por conta do feriadão da semana santa. A Bolívia faturou às pencas...
Mais do que nunca faz-se mister que os poderes públicos mantenham distância desta maneira pequenês de pensar nossa cidade como província acomodada e de que nada aqui vai pra frente. É preciso que desta hipnose se extraiam lições, advertências e coragem para resistir. Mas antes de tudo é preciso ter certeza de que o destino de Guajará-Mirim não se acaba nas promessas e nos tropeços de suas administrações, desde que haja fôlego para sacudir a poeira e prosseguir.
*Da seleção das melhores crônicas do autor.
* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Mamoré não tem responsabilidade legal pela "opinião", que é exclusiva do autor.
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