O Sivep (Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica) aponta um aumento de 9,3% no total de casos entre janeiro e agosto deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado em Guajará-Mirim (RO). A cidade aparece em terceiro lugar no ranking de aumento de casos no estado, atrás apenas de Porto Velho e Candeias do Jamari.
O habitat do Anopheles, mosquito que transmite a malária, é na mata. Indígenas também vivem neste ambiente. Por isso, são mais acometidos pela doença.
Neste ano, até o momento, foram diagnosticados 28 casos de malária no Hospital Bom Pastor, dos quais 24 em pacientes indígenas.
“Aqui é rotina testar para malária, principalmente, os pacientes indígenas, independentemente da idade. Todos que dão entrada com histórico de febre realizam a coleta para teste de plasmodium”, ressalta a diretora Técnica do Bom Pastor, Márcia Guzman.
Tipos da doença
A malária é uma doença infecciosa, causada pelo parasita do tipo Plasmódio, transmitido por meio da picada da fêmea do mosquito Anopheles, conhecido como “mosquito prego”, mais abundantes ao entardecer e ao amanhecer. Os primeiros sintomas surgem entre dez e 15 dias após a infecção.
No Brasil, existem três tipos mais recorrentes de malária:
Plasmodium falciparum: é o tipo mais agressivo, capaz de se multiplicar rapidamente na corrente sanguínea, destruindo até 25% de glóbulos vermelhos no sangue, causando anemia grave. Ao mesmo tempo, há a possibilidade de formação de coágulos, gerando trombose e embolia (bloqueio de uma artéria).
Plasmodium vivax: refere-se à um tipo de malária branda e raramente mortal. Nesse caso, o tratamento torna-se difícil, isso porque o parasita se aloja no fígado, dificultando sua eliminação.
Plasmodium malarie: a doença provocada por essa espécie tem quadro clínico semelhante à Plasmodium vivax. Nesse caso, o indivíduo afetado pelo parasita, pode ter recaídas a longo prazo com a possiblidade de desenvolver a doença novamente.
Sinais de alerta e prevenção
Os sintomas mais comuns são febre alta, calafrios intensos, tremores, sudorese, perda de apetite e cefaleia. Quando causada pela espécie Plasmodium falciparum, tipo mais grave, pode envolver quadros de anemia grave, convulsões, insuficiência renal e dificuldade respiratória.
O principal meio de prevenção é evitar a picada do mosquito que transmite a doença. Isso pode ser feito com o uso de repelentes na pele exposta e na roupa, além de rede mosqueteira que é acessível e de fácil transporte. Vale ressaltar que essa rede também deve ser impregnada de repelente, como precaução a mosquitos menores que possam atravessá-la.
O tratamento é realizado por meio de medicamentos fornecidos gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde), com objetivo de impedir o desenvolvimento do parasita. “A cura é possível quando a doença é tratada em tempo e de forma adequada. No entanto, sem os devidos cuidados, pode se tornar ainda mais grave e causar a morte”, destaca Márcia.