Coluna Almanaque: A MULHER DA VIDA DO POETA

Por Fábio Marques
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 Por Fábio Marques

A impressão que o poeta percebeu à primeira vista, assim que conheceu Beatriz, é que ali se achava a senhora que sempre idealizou como a mulher dos seus sonhos. O toque de refino em seu caráter que diferia sua beleza interior das outras mulheres, o estilo e a classe que também distinguiam sua elegância das demais.
Afora estes quilates de nobreza, os atributos físicos de Beatriz se estendiam muito além da beleza. Aliás, atributos que conseguiam atrair com facilidade a atenção de todos os homens. Boca sensual, sorriso cativo, rosto alinhado, semblante sereno, voz aveludada, corpo que seduzia qualquer um que lhe fizesse presença. A sua geografia corporal era o modelo mais que perfeito da estética que residia nas fantasias do poeta.
Foi esta a impressão que tivera ao papear com esta senhora pela primeira vez. De conversa agradável e inteligente, Beatriz também parecia ser uma mulher sem frescuras. Mulher aberta, mulher cabeça, alto astral e muito simples.
O caso é que foi paixão à primeira vista. O poeta achava em seu consciente inconsciente que já amava aquela mulher muito antes de conhecê-la. A simples presença desta senhora lhe causava tremores e emoções que nunca vivera. Diz um ditado antigo que o coração tem motivos que a razão não consegue entender. O problema residia no fato de Beatriz ser casada. Ainda assim, num dia daqueles não se conteve e resolveu se declarar. Disse não conseguir mais suportar tantos sentidos e desejos incontidos, que aquilo não tinha como continuar assim e que Beatriz era a mulher da sua vida.
Um belo dia Beatriz se despediu do poeta. Brigara com o marido com quem não tinha mais nada em comum e resolvera retornar para sua cidade no coração do Brasil. Um luto repleto de angústia, melancolia, tristeza e solidão tomaram conta da alma do poeta por mais de vinte anos após a partida de sua amada imortal. No entanto procurou batalhar contra os fantasmas que o afligiam através da leitura e do confronto direto com as barreiras que se achavam no âmago de sua consciência.
Vivendo entre sonhos e ilusões, o poeta ia levando sua vidinha. Largara o negócio do comércio e agora entrara no ramo da escrita. Uma amiga dona de um impresso que tivera simpatia pelos seus garranchos, arriscou publicar suas crônicas. Através das críticas aos esquemas que acontecem no submundo da política, logo constava da listagem dos jornalistas malditos. Mas, como sempre ocorre nessas ocasiões, acabou cooptado pelo sistema. Quanto à Beatriz, casara-se outra vez, fez concurso público, foi aprovada para a Justiça, separou-se, namorou, paquerou, resolveu levar a vida por conta de seu instinto.
Estamos agora na época da Internet. Após tempos e tempos de pesquisas, o poeta conseguiu afinal encontrar Beatriz num site da rede digital e a antiga química que existia acabou entrando em erupção e fez inundar todo um rio-oceano de desejos e fantasias guardados por anos a fio.
E viveram felizes para sempre até que morreram, é lógico.

*O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Mamoré não tem responsabilidade legal pela "opinião", que é exclusiva do autor.







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