PORTO VELHO/RO – A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (22/11/2022), a Operação METAVERSO, visando o combate a crimes relacionados a prática de fraude bancária eletrônica.
A Operação METAVERSO é resultado da força-tarefa TENTÁCULOS de repressão a fraudes bancárias eletrônicas, a qual é coordenada pela Polícia Federal com a cooperação das instituições bancárias aderentes ao Acordo de Cooperação Técnica firmando com a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN).
A deflagração da presente
operação policial, em razão do montante desviado e da forma praticada,
representa um importante passo na repressão às fraudes bancárias eletrônicas.
Dentro da atuação
conjunta, o Núcleo de Repressão a Fraudes Bancárias da Divisão de Repressão a
Crimes Cibernéticos iniciou investigação para apurar fraudes cometidas por meio
da internet no montante de R$ 18.500.000,00 em transferências bancárias para
empresas e pessoas físicas com posterior compras de criptomoedas, inclusive através
de corretoras de outros países, a fim de dificultar a rastreabilidade das
vantagens financeiras obtidas.
Os valores de R$
16.700.000,00 (dezesseis milhões e setecentos mil reais) e R$ 1.800.000,00 (um
milhão e oitocentos mil reais) foram desviados, respectivamente, das contas de
duas empresas através de uma sofisticada fraude realizada pelos investigados a
partir da utilização da conta bancária de uma empresa sediada em Porto
Velho/RO. A partir do acesso às contas bancárias das vítimas, os valores foram
remetidos para inúmeras contas em diversos Estados da Federação.
Em Rondônia, a
investigação, conduzida pelos policiais federais do núcleo de análise da delegacia
regional de combate ao crime organizado (UA/DRCOR/SR/PF/RO), iniciou-se em maio
de 2020 após o recebimento do relatório produzido pela unidade central a partir
das informações apresentadas pelas instituições bancárias vítimas.
Segundo
as investigações demonstraram, uma organização criminosa explorou possível
vulnerabilidade técnica e/ou sistêmica no site vítima de ataque para desviar o
montante total de cerca de R$ 18.500.000,00 (dezoito milhões e oitocentos mil
reais), distribuídos imediatamente para dezenas de contas bancárias, em um
movimento claro de dificultar a rastreabilidade e ocultar as vantagens
financeiras obtidas na fraude.
A Polícia Federal conseguiu
identificar 30 (trinta) pessoas físicas e jurídicas envolvidas na fraude, sendo
que diversas empresas foram abertas exclusivamente para a realização do desvio
e imediatamente encerradas as atividades.
A 4ª Vara Criminal de
Porto Velho/RO, atendendo a representação da Polícia Federal, deferiu o pedido
de busca e apreensão em 11 (onze) endereços vinculados aos investigados nos
Estados de Rondônia, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Os investigados
responderão, na medida de suas culpabilidades, pela prática dos crimes de furto
qualificado mediante fraude (art. 155, § 4º, inciso II, do Código Penal),
organização criminosa (art. 2º da Lei nº 12.850/13) e lavagem de dinheiro (art.
1º, §§ 1º e 4º, da Lei nº 9.613/98), cujas penas somadas podem ultrapassar 20
(vinte) anos de reclusão.
Fonte: PF/RO