Coluna Almanaque: TÁ TUDO ERRADO

Por Fábio Marques
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Por Fábio Marques

Com certeza vocês devem estar achando minhas últimas colunas uma esculhambação só. Mas se vocês pararem para dar uma olhada na cidade, vão achar que ela que ela tá mais esculhambada que minhas últimas colunas. Quando o pessoal me vê tomando cerveja no boteco, vem logo dizendo: “Você precisa deixar de lado tuas tragédias pessoais e seguir em frente”. Já num outro boteco mais prafrentex, ou seja, com menos moscas e mais hipocrisia, o pessoal me diz: “Por que que com teu talento e “norrau” político, tu não tenta barganhar uma assessoria na prefeitura?”.
O cotidiano de nossa cidade revela uma guerra surda, quase oculta, mas na qual há muitos feridos. São os distúrbios e as distorções que a gente enfrenta todos os dias. É a situação cada vez mais precária, é o tráfego de carretas no meio da cidade, são as ruas esburacadas, são as calçadas tomadas pelo matagal, são os idiotas úteis que se ajuntam fazendo campanas em frente ao quartel do exército, são os otários “patriotas” fazendo cornociatas pelas avenidas pedindo o retorno do atraso através de um regime fascista, é o biltre do fiscal da receita que sabe que você reside nesta cidade desde quando parido, mas por questão pessoal, acha de invocar com você e te expõe ao constrangimento toda vez que você retorna do país vizinho.
Aliás, uma permissa: É claro que não são todos os agentes da aduana de fronteira que são ignorantes no trato pessoal, alguns são até boas pessoas e gente fina pacas. Mas o que não pode mais é o cidadão de bem continuar a mercê dos recalques e frustrações de um ou outro brucutu que um dia decorou uma apostila e por acaso passou num concurso público para a partir daí passar a empreender forças com mesquinharias em vez de implementar soluções que agreguem valor à sociedade.
Outra coisa que também não dá mais pra aturar são os eternos babacas que ficam prestando culto para qualquer cara metido a esperto que aparece por aqui cuspido não se sabe de onde e que de repente passam a opinar “leseiras” sobre nossa cidade, mas que no fundo o que querem é se beneficiar de tais mudanças feitas através de suas sugestões. Depois que ludibriam meia dúzia de idiotas, os espertos enchem as “burras” de dinheiro e ficam rindo dos trouxas que passam a conversar entre si: “E aí, fulano também te enrabou?” “Também, e você?” “Também”.
E o pior é que quando aparece alguém com dignidade para denunciar o lamaçal onde esses “leprosos” chafurdam, rápido te ameaçam com um processo. É a inversão dos valores. Os caras corrompem, extorquem, achacam, se metem em mil armações, constroem suas redes de esquemas sobre falsas premissas com efeitos deletérios não para si mesmos, mas para toda a sociedade, e é na porta da minha casa que a polícia vem bater. Muitos poucos se perguntam por que os direitos estão cada vez mais distantes e a erva daninha cada vez mais adubada.

*O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Mamoré não tem responsabilidade legal pela "opinião", que é exclusiva do autor.

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