Os suspeitos denunciados fazem parte de uma quadrilha que tinha um organograma do consórcio de droga e esquema de lavagem de dinheiro.
O esquema foi revelado no ano passado, durante a operação Canto da Serpente, da Polícia Federal (PF).
Segundo o inquérito policial, o grupo era formado por três células principais, sendo duas responsáveis pela lavagem do dinheiro vindo do tráfico de drogas e a terceira responsável por toda a logística de aquisição, armazenamento, transporte e venda de drogas. Os entorpecentes eram levados de Rondônia para outros estados, como São Paulo.
Na semana passada, o MP-RO apresentou uma denúncia na justiça e destacou que os valores movimentados pela quadrilha não tinham "lastro patrimonial suficiente ou que justificasse os ganhos, sendo que parte dos membros não possuía atividade lícita declarada ou era incompatível com o elevado volume de recursos movimentados".
Foram denunciadas 27 pessoas, que vão responder por organização criminosa, lavagem de dinheiro, tráfico interestadual de drogas e associação para o tráfico.
Um dos alvos dessa operação em Guajará-Mirim foi a cantora Cinthya Melo. Ela foi apontada como uma das responsáveis pela célula que fazia a lavagem dos capitais vindos do tráfico. Outro que fazia a mesma função era Alef Heron.
Canto da Serpente
Policiais cumprem mandados de busca e apreensão na operação Canto da Serpente |
A operação foi deflagrada no dia 25 de novembro para desarticular um dos maiores esquemas de tráfico de drogas da região de fronteira rondoniense. Segundo a PF, durante a ação foram sequestrados 25 veículos, avaliados em cerca de R$ 1,2 milhão, além do sequestro de quatro imóveis.
À época foram cumpridas mais de 60 ordens judicias, sendo 25 de prisão preventiva e 44 de busca e apreensão em Guajará-Mirim, Porto Velho e São Paulo.
A Receita Federal do Brasil, que ajudou a PF a rastrear as ações financeiras, descobriu que a organização criminosa de Guajará-Mirim movimentou cerca de R$ 1,3 bilhão.
Durante o andamento da investigação, 14 empresas que eram usadas pelos criminosos para movimentar o dinheiro oriundo do tráfico de drogas sofreram suspensões por ordem da Justiça de Rondônia. Também foram bloqueados R$ 330 milhões das contas dos investigados.
A investigação da operação Canto da Serpente envolveu cerca de 140 policiais federais, sendo mais de 100 apenas em Guajará-Mirim.
Segundo as investigações da Polícia Federal, os traficantes se uniram e criaram um consórcio da droga para dividir lucros e prejuízos. Esse consórcio, de acordo com a PF, era gerenciado por três traficantes. O chefe foi identificado pela PF como Cláudio Pereira Magalhães, conhecido como Don Papito.
Fonte: G1