Segundo apurou o g1, a identidade do suspeito foi descoberta
através da sua voz. Isso porque durante perícia no celular, apreendido com
traficantes no passado, os policiais encontraram um vídeo onde um homem filma
vários malotes de dinheiro.
"Esse aqui é 30, tá separadim. Aqui cada um é 60, fora
o que tem ali ainda. Depois vou mostrar pra você. Os caras tem que brigar pelo
preço ainda, papi", diz a narração do suspeito, que em nenhum momento
mostra o rosto (assista acima).
O dinheiro que aparece na imagem, mais de R$ 300 mil, era
para ser usado na compra de drogas e o suspeito enviou a gravação aos
vendedores para reforçar que já tinha o recurso para o pagamento.
O esquema de tráfico envolvendo essa organização criminosa
foi descoberto durante a operação Canto da Serpente, deflagrada em novembro de
2022 em Guajará-Mirim (RO), onde terminou com a cantora Cinthya Melo
investigada.
Quem é quem na operação Canto da Serpente que revelou
consórcio da droga em Guajará-Mirim, RO
A operação mirou integrantes da organização criminosa, que
além de tráfico e associação ao drogas, utiliza empresa.
Segundo a PF, a organização criminosa de Guajará-Mirim era
composta por três núcleos, como uma espécie de organograma.
Um núcleo era responsável pela logística do tráfico,
incluindo compra e distribuição da droga. Já os outros dois 'setores' ficavam
responsáveis movimentação financeira, que se dava por meio de ocultação
patrimonial, laranjas e empresas de fachada.
Após a apreensão do celular de um dos criminosos, em
novembro do ano passado, a PF periciou o vídeo achado no aparelho e, através da
sua voz, conseguiu identificar o comprador.
A Justiça de Rondônia autorizou o cumprimento de um mandado
de prisão e busca e apreensão na casa do comprador de drogas. Ele foi
localizado e preso nesta segunda-feira (6) em Ribeirão Preto.
Segundo a PF, o homem ainda utilizava pessoas para a ocultação
dos valores oriundos do tráfico de drogas.
"A investigação apontou que a organização criminosa
teve uma movimentação financeira global de aproximadamente R$ 1,3 bilhão.
Ainda, análises fiscais indicam que, apenas entre créditos e débitos de contas
cujos investigados eram titulares, chega-se à monta de aproximadamente 700
milhões", diz a PF.
Fonte: G1