Por Fábio Marques
Todos os anos o governo emprega horrores em dinheiro com campanhas contra as drogas. Contudo, por mais apelos que se façam através da mídia mostrando os malefícios que o consumo de drogas acaba causando tanto ao indivíduo como à sociedade, a impressão que fica a cada ano é que pelo menos nesta cruzada, as drogas estão levando a melhor. As campanhas do governo tem se mostrado inúteis para combater o crescente aumento do crime e da violência que decorrem por conta do tráfico de drogas.
Então por que o governo não acaba de vez com esta hipocrisia e coloca em caráter de urgência para votação a legalização das drogas com a sequente falência do monopólio dos traficantes? É preciso confiscar o ganha-pão desses leprosos, reduzi-los à condição de pés-de-chinelos ou ladrões de galinhas. Então liberem as drogas e dane-se quem quiser. A cachaça é vendida a torto e a direito e nem por isso todo mundo é alcoólatra. Numa democracia de verdade, qualquer idiota deve ter o direito de ser otário, viciado e a se autodestruir. A respeito do assunto, já advogava um sujeito que ganhou o prêmio Nobel de Economia e cujo nome não me recordo no momento, que todo homem deve ser responsável por si mesmo.
E como ocorre com o marketing dos cigarros, também haveria jogadas comerciais: “Venha para o mundo de Colômbia”. “Prefira coca Branca de Neve, a branca que a sua galera merece”. O Governo poderia trabalhar a criação da Cocabrás para produzir cocaína com selo de garantia que seria exposta no mercado pelas empresas mais indicadas para tal mister: as drogarias.
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Não está se tratando de fazer apologia ao uso de drogas, mas sim de reconhecer uma realidade: esta é a única forma de combater este caos. O preço social pago por conta da criminalização das drogas é muito maior que o preço que se pagaria se o problema das drogas fosse tratado como uma questão de saúde e não de polícia.
Lógico que sempre vão existir paradoxos: é preciso enxergar a demanda social do povo ligado ao tráfico de drogas. Se legalizar as drogas, mas se não combater a injustiça social, a violência tenderá a continuar. Que oportunidade se dará a estes jovens que hoje estão no tráfico? Que tipo de escolha iremos oferecer a eles?
Mas o importante é que a largada inicial já teria sido dada: legalizar as drogas e talvez vendê-las preço de custo e – a exemplo dos cigarros – explicar os danos causados. Como sucede com os fumantes, os que tiverem que morrer morrerão de qualquer jeito. Não dá pra saber o que vai acontecer com as próximas gerações, mas uma coisa é certa: o dinheiro das drogas não iria mais para os bolsos dos traficas, mas sim para o erário público. O que o governo poderia fazer com este dinheiro é que é o problema. Mas com este dinheiro pago em impostos pela indústria das drogas se poderia construir um grande hospital todos os meses.
*O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Mamoré não tem responsabilidade legal pela "opinião", que é exclusiva do autor.
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