Operação deflagrada no Ceará bloqueia R$ 10 milhões de facção em 12 estados brasileiros, inclusive em Guajará-Mirim

A ação se deu simultaneamente em várias partes do Brasil e contou com apoio do Ministério da Justiça
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O Mamoré
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Os delegados que conduziram a operação concederam entrevista coletiva

Uma operação para enfraquecer um braço da facção criminosa Comando Vermelho (CV) foi deflagrada pela Polícia Civil do Ceará, nessa terça-feira,7. A segunda fase da ofensiva denominada 'Sarmat' cumpriu 40 mandados de busca e apreensão, em 12 estados brasileiros e conseguiu bloquear R$ 10 milhões, que estariam ligados à atuação do grupo criminoso.


A operação teve apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e das Polícias Civis do Amazonas, Amapá, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. Ao todo, 17 veículos foram apreendidos, totalizando cerca de R$ 1 milhão e outros R$ 9 milhões foram bloqueados em contas e bens de pessoas físicas e jurídicas. Ninguém foi preso. Contou com o cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão em residências e empresas, localizadas nos municípios de Porto Velho, Guajará-Mirim e Vilhena.

Um dos mandados de prisão foi cumprido no Ceará, no município de Eusébio. De acordo com informações do delegado Renê Mesquita, titular da Delegacia de Combate aos Crimes de Lavagem de Dinheiro (DCCLD), esta fase da operação visava a descapitalização do grupo criminoso, com os desdobramentos das investigações do material recolhido na primeira fase.


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Conforme Mesquita, de 15 a 20 empresas usadas para lavagem de dinheiro, como uma joalheria no estado do Amapá, e uma loja de construção civil no Pará foram alvos da ação. "A maioria das empresas que recebia dinheiro desse grupo criminoso funcionava na prática, outras eram de fachada. Os responsáveis vão precisar explicar porquê recebiam esses recursos", ressaltou.

O delegado pontua que todo o grupo está ligado a um primeiro alvo, que seria um traficante, que comprava altas quantidades de cocaína da Bolívia e enviava para vários estados do Brasil, inclusive o Ceará.

"Foram identificadas diversas pessoas que faziam transações com esse traficante. Esse alvo, fornecedor de drogas para o Ceará, movimentou em um período curto de três a quatro anos, R$ 205 milhões de reais", disse o investigador.

O delegado-geral da Polícia Civil, Márcio Gutierrez, afirma que o objetivo da ação é chegar a nomes que estão na alta hierarquia da facção, para enfraquecê-la. "A Operação Sarmat visa a asfixia financeira de uma facção criminosa com atuação nacional. A estratégia da Policia Civil é tirar de circulação os indivíduos que dirigem esses grupos criminosos e a descapitalização, para diminuir a capacidade deles de se reorganizar", afirmou.

A diretora do Departamento de Recuperação de Ativos (DRA), delegada Ivana Marqeus, pontuou a importância das ações, no combate aos crimes desencadeados pelo tráfico de drogas, com a lavagem de dinheiro. "É importante que as facções não consigam usufruir do patrimônio ilícito, como também não possam reinvestir recursos", pontuou durante entrevista coletiva.

Centro da teia

O centro de toda a teia criminosa é o traficante Helder Paes de Oliveira Júnior, preso na cidade de Guajará-Mirim, em Rondônia, fronteira com a Bolívia, na primeira fase da Operação Sarmat, em março deste ano. Além dele, a advogada cearense, Wanessa Kelly Pinheiro Lopes, foi presa na cidade de Iguatu, suspeita de fazer parte da quadrilha se valendo de suas prerrogativas profissionais.

De acordo com os autos do processo baseado na operação, Wanessa Lopes fez visitas a Max Miliano Machado da Silva, um dos principais nomes do Comando Vermelho no Ceará, quando ele estava preso. Além disso, ela se dizia companheira de José Glauberto Teixeira do Nascimento, o 'Gleissim', que figura como um dos principais nomes do grupo criminoso no Nordeste.

A advogada foi monitorada pela Polícia durante meses. Durante as investigações, foi descoberto que ela teria movimentado R$ 45 milhões no tráfico de drogas e enviado quantias em dinheiro para envolvidos com o grupo criminoso em três estados.

Fonte: O Povo



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