Coluna Almanaque: SOBRE O DEBATE DE IDEIAS

Por Fábio Marques
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          Por Fábio Marques

Todo homem tem uma cara. E sua cara é o seu caráter. É possível conhecer o caráter de alguém pela cara que exibe, mesmo que sobre o desenho de seu rosto se encontre uma máscara.
Neste planeta existem pessoas simples que já nascem mestres. Outras precisam adquirir o vasto cabedal que possuem acerca das coisas. Outras ainda ganham imensas chances na jornada da vida e não sabem honrá-las. E tem aqueles que vieram apenas para colocar as outras pessoas à prova. Estes últimos acabam quebrando a cara quando se dão conta de que o patamar de suas inteligências não chegam nem aos pés da ignorância daqueles a quem buscaram instigar.
Num bom debate quem se ataca são as ideias, as opiniões. As pessoas não devem se agredir. Contudo, ao se discutir com algumas pessoas, dá para perceber a descarga de excessos que parecem mais ser produto de despeita. Num cálculo muito provável, tais pessoas talvez pertençam aos estágios mais atrasados da espécie humana.
As atitudes de tais figuras em qualquer debate se assemelham às de pedantes, até porque não possuem discursos e nem palavras. Por este acaso, utilizam-se de suas faltas de presença para investir contra aqueles que se sobressaem sobre suas mentes ociosas de ideias, através da ignorância e dos insultos pessoais. Isto ocorre porque está lhes faltando o poder da dialética. E o suprassumo da dialética consiste em derrotar o oponente sem agressões verbais ou ofensas pessoais.

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Dialética difere do diálogo porque diálogo é bate-papo. Dialética tem a ver com debate de ideias e opiniões a se refutar. Na dialética quem perde a esportiva e apela para a agressão, derrota-se tanto no próprio embate de opiniões como a si mesmo. E se consagra aquele que mantém a postura, a ética e o alicerce de seu caráter.
A partir das concepções políticas e sociais que implicam em diagnósticos diversos para a mesma conjuntura, podemos encontrar subsídios para aprofundar o debate público. A imagem pessoal e o know-how acerca dos assuntos apostos na mesa de discussão é que vão dar a quem tem como produto o seu marketing, o direito até de sustentar idéias errôneas como subterfúgios, haja vista a justeza dos seus pontos de vistas gerais. O negócio é procurar não difundir maus agouros e mandingas de forma acrítica a fim de não irritar os delicados sensórios dos opositores de ideias neste tipo de discussão.
Oponentes de opiniões que se enervam quando postos em situação que lhes contrariam, mesmo quando calcados em bases científicas, podem querer partir para refregas não muito sociáveis. Estes tipos de pessoas, ao opinar sobre qualquer assunto mais deformam as ideias do que revelam o objeto. Distorcem os fins propostos gerando tensões e conflitos, quebrando assim a harmonia do debate inteligente que está sempre à procura de consensos.
Importa colocar em realce que consensos de ideias são quase impossíveis. Mas é preciso batalhar pelos consensos até que pareçam possíveis. É preciso procurar ao máximo os consensos em todas as ocasiões.

*O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Mamoré não tem responsabilidade legal pela "opinião", que é exclusiva do autor.



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