Por Fábio Marques
A cada dia que passa mais e mais vou ficando enojado da
política, o que não me faz nenhum bem do ponto de vista psicológico. Realmente
a algazarra política é coisa de fazer inveja a qualquer gerente de cabaré. As
filiações e conversas entre partidos e notórios “uns-sete-uns” está uma
verdadeira suruba. E esta baderna já vem sendo narrada há algum tempo pelos
nossos radialistas de plantão, os verdadeiros voyeurs do bacanal político, que
procuram manter suas imagens distantes das misturas e troca de fluídos
estranhos que se processam a cada ano de eleições.
Hoje trampamos duro no campo das ideias para restabelecer a
ética e a moral já periclitantes, que entraram em crise profunda a partir do
consórcio que vem tomando de assalto a política de Guajará-Mirim. Lógico que
não foi fulano, sicrano e muito menos beltrano o agente fiel da bagunça, que
como decorrência, pavimentou os caminhos da distorção política que, uma vez
imposta, começou a transitar livre, leve e solta nos atalhos por onde seguia o
restante da sociedade; e com o passar do tempo enraizaram-se de tal modo no
nosso dia-a-dia que hoje temos que combatê-la até nas mesas de botecos e entre
pessoas que consideramos amigos pacas, que dirá nas saletas fechadas onde se
arquitetam as próximas tramoias e armações.
Muito embora as evidências da mutretagem sejam gritantes, moto-continuo seguem os meios e métodos de se ajeitarem problemas individuais ou do dia-a-dia através do velho e bom jeitinho que outro não é senão a pior semente da corrupção.
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Depois de muito tempo de convívio com todos os tipos de políticos, acabei chegando a conclusão de que os grandes problemas de nossa cidade ninguém quer resolvê-los. Num dia beneficiam a uns e no outro a outros. São uma espécie que abundam porque todos aproveitam-se de sua abundância.
Se até ontem tal político tinha posições sérias e de repente se acompanha com gente ligada a atos levianos, esquemas e ilicitudes, é porque a nossa política vai muito mal, é porque a política em Guajará-Mirim é feita nos bueiros de esgotos, entre fedores e coliformes fecais, entre urina, fezes, ratos e baratas. A nossa política é de prostíbulo suburbano, convive com a nojeira, cresce entre detritos, fermenta num mar de lama porque adora a imundície. Esta política de patifes e pilantras, de negocistas de cargos públicos e salafrários, de farsantes e inoperantes; esta é a política que nós temos porque esta é a política que nós merecemos. Adoramos nos recrear no seu chiqueiro, nos lambuzar no seu esterco, chafurdar na sua podridão e aspirar suas emanações.
Então os culpados somos nós mesmos, a sociedade como um todo, que ainda não aprendemos a indicar dignos representantes para a lida com questões tão sérias. E burros, na verdade também seremos nós, que fazemos a imprensa, enquanto tentarmos através do teclado, ideias e opiniões, ridicularizar certos maus-exemplos, sem perceber de antemão, que são os atropelos educacionais de governos de merda, os verdadeiros responsáveis pela propagação dessas espécies.
*O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Mamoré não tem responsabilidade legal pela "opinião", que é exclusiva do autor.
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