Por Fábio Marques
Após qualquer disputa política é natural que as pessoas que tomaram parte no processo e levaram “pau nas urnas” estejam passando por uma ressaca e buscando os culpados para explicar a derrota. No entanto, esta explicação não deveria se limitar a respostas baseadas na caçada aos culpados. É neste momento que a imprensa precisa ser responsável para analisar o assunto a fim de que espíritos suscetíveis à crítica não saiam feridos. De bom alvitre se faz necessário procurar à luz da consciência decompor os fatores que levaram as fantasias de fulanos às masmorras da desgraça e as de beltranos ao apogeu político.
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O que motivou o cômputo oficial das urnas na cidade? Foi a vontade expressa de uma sociedade consciente? Foi a falta de confiança em políticos e aliados ou “critérios” adotados por estes aliados no decorrer da campanha? Foi a traição de falsos amigos? Foi a falta de assessoria de imprensa e relações públicas? Ou foi um somatório de todos estes fatores? Difícil analisar de maneira isolada todas estas variáveis.
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Então iremos procurar trabalhar com a lógica. Coexistem em nossa cidade setores da população que, apesar das pauladas que recebem eleições após eleições, continuam mantendo aquela cultura baseada nos favores e não nos direitos. Isto ocorre porque as precisões cotidianas acabam levando estas camadas sociais à uma situação de penúria, onde qualquer promessa de melhoras em suas vidas obtêm o efeito de “milagre”. Muita gente ainda está votando nos candidatos a cargos públicos em troca das famosas “trinta moedas”.
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Mas entre mortos e feridos, Guajará-Mirim conseguiu eleger um nome a altura daquilo que a cidade pretendeu alcançar. Nesta eleição foi preciso que uma nova consciência se fizesse presente para despertar na cabeça das pessoas a concepção do possível.
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E foi possível. Foi uma campanha corrida. Visita casa a casa. Aconteceu de tudo. Desde o reencontro com amigos até a abertura para as novas e eternas amizades; desde a adesão de novas parcerias à equipe de trabalho até a aparição de correntes contrárias e rasteiras. Mas o importante é que Guajará-Mirim conseguiu derrubar a ganância pelas amarras do poder e a vontade de aparecer de fulanos e sicranos nesta disputa e apostar todo o fichário em Fábio Netinho para a condução dos negócios públicos pelos próximos quatro anos.
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Portanto, está cabendo agora a Fábio Netinho, a tarefa hercúlea de executar trabalhos que contribuam para todas as melhorias que Guajará-Mirim precisa.
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Um nome que surpreendeu nesta eleição foi o do candidato a vereador Sérgio Bouez. Inscrito numa nominata acanhada, quase sem expressão, quando todos achavam que sua eleição não fosse possível, conseguiu transformar este desafio numa conquista. Sem qualquer alarde, com seu carisma natural, efetuou sua campanha com a discrição que lhe é sui generis, sempre pensando de forma positiva. Sua filosofia politica baseada no arrojo e na reponsabilidade, sua disposição e dinamismo para conversar com todas as correntes sociais lhe renderam os louros desta vitória. Retorna agora para o seu quarto mandato no Parlamento de Guajará-Mirim.
*O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Mamoré não tem responsabilidade legal pela "opinião", que é exclusiva do autor.