Para a família, Márcio foi um dos motivadores da cultura do
boi na cidade. Ao g1, a esposa do músico, Janaina Menacho, contou que eles
tiveram o contato com o boi desde o início em 1995, quando começaram as
apresentações, na época, ainda não aconteciam as competições como hoje.
No bumbódromo, Janaína e Márcio tiveram muitas alegrias. Ela
ressalta que o bumbódromo é a cara de Márcio, não só pelo nome, mas também
porque ele sempre se fez presente no festival. Essa presença incentivou
positivamente os filhos que participavam do boi por causa do pai.
"Meu filho mais velho tocava com ele [Márcio] também e
com o meu cunhado e outros músicos. Meus filhos mais novos, eles dançaram no
bumbódromo. Inclusive, este ano meu caçula ainda dança no boi”, diz Janaina.
Segundo a esposa, apesar de Márcio ter seu coração
“vermelho” o músico já tocou no “contrário” e até ganhou um dos festivais pelo
boi azul, em 1998. Com a perda de Márcio, o boi contrário se solidarizou com a
família, e no dia em que estava para acontecer o festival, os organizadores
anunciaram que o Bumbódromo se chamaria “Márcio Paz Menacho”. Após a morte de
Márcio, as atividades do festival foram paralisadas por alguns meses.
“A gente fica triste que ficou um período com os bois sem atividade, ficamos mais de seis parados. Aí depois retomou, veio a pandemia também. Mas desde o ano passado, quando as atividades retomaram, o nome dele voltou a ser falado como anunciado lá em 2016 e nós somos gratos por isso”, desabafa a esposa.
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Amor pelo Flor do Campo
A filha de Márcio, Marina Menacho, disse que já dançou pelo boi Flor do Campo, por influência do pai, mas agora deu uma “aposentada”, e por enquanto foca na faculdade de medicina. Segundo ela, o pai foi o grande responsável por incluí-la nesta disputa, onde criou uma forte paixão pelo boi vermelho.
“Sempre acompanhei meu pai em todos os ensaios, ele me colocou dentro desse mundo, a gente criou um amor também junto ao Foi por ele, mas depois que ele faleceu, realmente eu fui estudar”, conta Marina.
O filho mais novo de Márcio, Murilo Menacho, conta que em toda edição busca de alguma forma homenagear o pai dentro da arena. Este ano, o jovem vai participar do duelo com o boi Flor do Campo, onde fará parte da tribo Karipuna, um dos itens que compõem o espetáculo.
Segundo Murilo, em sua memória há várias lembranças de toda a dedicação do pai em relação ao duelo, ele conta que Márcio se esforçava de diversas maneiras nos dias que antecediam o festival. Na época, Murilo era bem apegado ao pai e sempre o acompanhava.
“Eu fico muito feliz de ver todo esse amor e saber que ele é homenageado até hoje, não só pelo Flor do campo, mas também pelo contrário”, diz Murilo.
Paixão pela a cultura
O irmão de Márcio, Sandro Paz Menacho, revelou que ele e o irmão têm um ano de diferença e que sempre foram próximos. Sandro conta que ele e o irmão sempre foram apaixonados pela música e pelas festas culturais, tanto que, na adolescência, os dois formaram uma banda de rock cover, que tinha Márcio como vocalista e na juventude começaram a se envolver com as músicas folclóricas de bois-bumbás.
Márcio e Sandro, participaram juntos do festival por 20 anos. O irmão disse que o nome dado ao bumbódromo em forma de homenagem é bem mais que merecido.
“O festival é a cara dele. Ele foi um cara apaixonado pelo festival, pelo Flor do Campo, e pela história dele”, ressalta Sandro.