Por Fábio Marques
Como participe de um grupo de debates do whatsapp, de vez em quando me deparo com agressões pessoais advindas de gente pequenez que prefere atacar as pessoas em vez de questionar as ideias. Insultos são muletas para quem não possui argumentos. Para aprender a caminhar, primeiro é preciso começar a andar. Da mesma forma, para aprender a debater, é preciso primeiro começar a respeitar.
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Com a chegada do natal e das festas de final de ano, começam a aparecer convites para participar de churrascos, comes-e-bebes, amigos ocultos. Aqui e acolá me convidam para festejar eventos em algum lugar da cidade, celebrar, encontrar pessoas. Me esquivo de todos os convites. Encontrar pessoas não quer dizer a mesma coisa que encontrar a pessoa. Acabam ficando sem entender.
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Prefiro um bêbado perfeito a um perfeito idiota. Prefiro compreender do que conquistar. Prefiro conhecer do que possuir. Prefiro me contentar com aquilo que tenho do que cobiçar por pura inveja.
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O espaço interno do Mercado Público, hoje ao abandono, encontra-se repleto de drogados. Nos grupos de debates a respeito acabam sobrando monumentais discursos em que afirmam que a religião é única forma de salvar estes viciados. Conversa fiada! Se existe um ser superior capaz de salvar estes coitados, o que é que está fazendo que ainda não os salvou de vez? Se é superior, porque esperar por louvores, honrarias, bajulações e barganhas de se demonstrar a fé para a obtenção do benefício?
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O ser humano evoluiu. Não quer mais a vida eterna. O ser humano normal costuma aceitar como natural coisas que deveria no mínimo questionar. Mas o cara mais evoluído não. Ninguém tem de fato certeza de vida fora desta vida. Então o cara que entende alguma coisa ou questiona alguma coisa quer esta vida que tem e que lhe deem chances de melhorá-la; de ser feliz nos dias, meses, anos que ainda lhe estão restando, que ninguém o atrapalhe, que não o atropele, que não o humilhe e que não o matem antes do tempo. Afinal, esta vida tem muitas coisas belas, lúcidas e válidas de serem vividas. É preciso desfrutá-las.
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A violência aumenta a cada dia mais na cidade. Todos os dias a imprensa noticia casos de roubos, assaltos, homicídios. A falta de empregos na cidade, a falta de perspectivas e a falta do ter a que se ater contribui para os altos índices nos gráficos da violência. Mas a televisão também é responsável pela violência. Nos filmes e nas novelas as roupas de grife, bebidas sofisticadas, automóveis de luxo e joias reluzentes desfilam diante de expectadores perplexos que no fétido casebre em que residem, nem sabem se haverá comida no almoço de amanhã.
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É este luxo que revolta e faz com que muita gente saia pelas avenidas a assaltar, pois para este cidadão não está restando muita opção para resolver a sua vida. A televisão, através dos filmes e das novelas, aguçam o desejo de toda uma pobreza fudida e a empurra para a violência.
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Por hoje é só.
*O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Mamoré não tem responsabilidade legal pela "opinião", que é exclusiva do autor.